18 de abr. de 2011

IQ - "Subterranea - The Concert" - 1999





Este é o segundo álbum do IQ que posto e coincidentemente é a gravação de uma das apresentações da turnê de divulgação do álbum, “Subterranea”, este então, chamado de "Subterranea - The Concert ", justamente o álbum mais conceitual da banda. 

Só para recordar, eu havia dito o seguinte na primeira postagem que fiz sobre a banda em julho de 2010: "O IQ nasce em 1982 na Inglaterra carregando uma herança fantástica chamada Martin Orford, que com Mike Holmes formavam o "The Lens" extinto em 1981 e juntamente com Peter Nicholls com uma presença de palco e timbre de voz muito similar a de Peter Gabriel, produziram uma atmosfera bem próxima a do Genesis no início da carreira, sem estar fazendo imitação ou coisa parecida. 

Dois outros álbuns, "Tales from the Lush Attic" de 1983 e "The Wake" de 1985 chamam muito a atenção pela forma como foram feitas as músicas e pelo modo que foram executas, realmente lembrando as grandes bandas de rock progressivo do início dos anos setenta.

Em relação ao primeiro álbum, lembro que em uma ocasião em que estava na Galeria do Rock (SP), ao entrar em uma loja, a música que tocava chamava-se "The Last Human Gateway" contida no primeiro álbum que citei, bem, não deu outra, foi amor a primeira vista e eu na minha santa ignorância nem imaginava de quem poderia ser aquela maravilha. 

Para encurtar o imbróglio, o lojista não estava autorizado  a  vender o CD,  pois ele era único, bem como o do álbum "The Wake" e a solução foi gravá-los em fita cassete, coisa que levou uns quinze dias para acontecer, pois eu era o último de uma longa fila de esperta e é claro, quando foi possível eu adquiri os dois álbuns, pois não poderiam faltar a minha coleção, bem como o álbum "Subterranea" que é imperdível". 


Especificamente falando do álbum, "Subterranea - The Concert", se em estúdio o que se escuta é muito bom, ao vivo, o bicho pega, pois Peter Nicholls tem como fonte de inspiração seu xará Peter Gabriel e o que é mais interessante é que ele não esconde esta admiração pelo ídolo, mas nem por isso deixa de ter sua própria identidade e um exemplo melhor de como se portar no palco ele não poderia ter escolhido. 

Fora isto, a banda funciona muito bem, existindo uma sinergia entre todos e banda tem um trunfo muito importante, chamado Martin Orford, que em meu entendimento é um gênio como compositor e tem um domínio sobre os teclados que o colocam junto aos grandes nomes do rock. 


Os demais membros são fundamentais para a banda, pois Paul Cook, Mike Holmes e John Jowitt, são músicos de primeiro time, que com muita segurança e tranqüilidade executam difíceis partituras que não levam em consideração a época em que foram criadas, parecendo um retorno aos mágicos anos setenta, onde o que contava era a complexidade estrutural das músicas e o IQ que podemos considerar uma banda jovem, da geração Neoprog, faz um rock progressivo como poucos, daquele tipo que arrepia, dá prazer em escutar.

Eu posso estar até cometendo um sacrilégio e levar até algumas porradas, mas afinal de contas, nós estamos aqui para isso mesmo, senão, em vez de escrever, eu ficaria apenas lendo e criticando, portanto, sem medo de apanhar muito, traço um paralelo entre de "The Lamb Lies Down On Broadway" e o "Subterranea", pois são dois trabalhos conceituais de alto nível musical. 


O primeiro foi criado em uma época apropriada para seu nascimento, onde o que se esperava era exatamente o que foi feito pelo Genesis, com todos os requintes de crueldade e teatralidade que só o rock progressivo consegue realizar e o segundo, totalmente fora de seu tempo, nascido mais de vinte anos depois, mas com a consistência e criatividade musical tão proeminente quanto a do primeiro.

A isto tudo, soma-se  uma dose de coragem muito grande da banda, pois ao final dos anos noventa, até o punk rock já estava extinto e eu nem lembro exatamente o que ditava a moda a esta época, com certeza não era o Neoprog, porém, tiveram a coragem de se expor e lançar um álbum duplo em momento em que uns três acordes seria mais que suficientes para se fazer sucesso. 

Obviamente este paralelo guarda as devidas proporções, tanto de época, quanto de pessoas, que em meu entendimento são muito diferentes, mas que no fundo tem um objetivo em comum, que é o de encantar pessoas, de entreter, de tirar o ouvinte da realidade, mesmo que por poucos segundos e esse sentimento permeia o IQ neste e em outros trabalhos, basta apenas abrir os ouvidos e deixar o som entrar sem medos ou preconceitos.


ALTAMENTE RECOMENDADO!!!

Musicians:
Paul Cook / drums, percussion
Michael Holmes / guitars, keyboards
John Jowitt / bass, bass pedals
Peter Nicholls / vocals
Martin Orford / keyboards, backing vocals
Guest musician:
Tony Wright / saxophone


Tracks:

CD 1

1. Overture
2. Provider
3. Subterranea
4. Sleepless Incidental
5. Failsafe
6. Speak My Name
7. Tunnel Vision
8. Infernal Chorus
9. King of Fools
10. Sense in Sanity
11. State of Mine

CD 2
1. Laid Low
2. Breathtaker
3. Capricorn
4. The Other Side
5. Unsolid Ground
6. Somewhere in Time
7. High Waters
8. The Narrow Margin


"Overture"

"Sleepless Incidental"

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