Este álbum, “Tortoise”, chegou ao meu conhecimento por conta da inspiradora capa, que a principio julguei ser mais uma obra de Roger Dean, o mago do Design moderno, mas para meu espanto, quem assina a capa é Jasper Joppe Geers, que gentilmente dedicou esta arte a sua fonte de inspiração: Roger Dean.
Descoberto o autor da capa, faltava descobrir quem eram os músicos, mesmo antes de escutar o álbum, portanto, cheguei à Edo Spanninga, Eddie Mulder e Menno Boomsma, o trio que forma o “TRION”, produtor de um progressivo sinfônico instrumental muito bom, sem muitas firulas, até certo ponto pragmático e cartesiano.
Com essas características a possibilidade dessa química dar certo é muito grande e é o que realmente acontece neste álbum, pois são faixas bem dinâmicas, lastreadas por temas ricos em nuances líricas, que sustentam o enredo em toda a sua extensão, seja qual for a música.
Um ponto favorável a audição deste álbum é que ele não se parece com nada que já tenha escutado e muito menos tenha alguma semelhança com alguma banda mais marcante e conhecida, portanto ele tem uma dose de ineditismo em seu DNA, conferindo certa singularidade à banda e ao álbum.
Como o grupo faz parte de uma fase do progressivo tardio, pela data de sua criação, podemos classifica-lo como originário da terceira geração do rock progressivo, pois caracteristicamente suas músicas são bem curtas, chegando a um máximo de oito minutos, entretanto, o que se observa é que para este álbum, elas estão na medida certa, facilitando em muito sua audição, principalmente para os ouvintes mais jovens, o que o torna um atrativo.
Este álbum, “Tortoise” é o primeiro de três da banda que é originária da Holanda e seus membros são oriundos de outras duas bandas, o “ODYSSICE” e a “FLAMBOROUGH HEAD” formando este consistente trio que tem como espinha dorsal o uso dos mellotrons, que, aliás, é parte do nome da banda, pois a contração das palavras “trio” e “mellotron” gerou o nome “TRION”, muito criativo não?
Mesmo ouvindo pouco este álbum, dá para destacar algumas músicas que chamaram a atenção como, “Tortoise”, “The New Moon”, “Jemetrion”, “Tribulation” e “Endgame”, logicamente as com mais duração e fora isso, as que se mostraram mais consistentes e sofisticadas.
O trio é muito coeso, sendo muito bem sustentado pelos órgãos e mellotrons de Edo Spanninga, que consegue criar diversas atmosferas que nas mãos de Eddie Mulder, propiciam solos de guitarra que flutuam com muita facilidade sobre o enredo, sendo muito bem costurados pela percussão de Menno Boomsma, ou seja, diversão garantida, pois é isso que importa.
Eu acredito que quando uma música, seja ela qual for, chega a categoria de “Divertimento”, pois tira o ouvinte momentaneamente da realidade, isto significa que ela atingiu seu objetivo máximo que é encantar o nosso consciente, abrindo as portas do nosso coração musical, portanto, esta feito o convite a todos para este álbum.
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!
Edo Spanninga / flute, oboe, strings, organ, cello, vibe, Mellotron samples, Elka leslie
Eddie Mulder / acoustic and electric guitars, bass
Menno Boomsma / drums
Tracks Listing
01. Tortoise (5:25)
02. The New Moon (7:59)
03. Hindsight (3:33)
04. Radiation Part 1 (1:27)
05. Jemetrion (6:05)
06. Radiation Part 2 (1:16)
07. The Seagulls (5:53)
08. Hurt (1:47)
09. Tribulaton (7:03)
10. Spectrum of Colours (3:17)
11. Endgame (5:39)