Ao longo de alguns dias, tenho assistido uns poucos vídeos do último show de uma das bandas mais emblemáticas do Rock Progressivo dos anos setenta, o Genesis, em sua derradeira turnê, intitulada, “The Last Domino Tour?” e encerrada no dia 26/03/2022.
A rigor, um belíssimo espetáculo, com uma cenotécnica fantástica, músicos convidados de primeira categoria, uma arena lotada, trazendo o que restou da formação original do Genesis, com Mike Rutherford elegante como sempre, Tony Banks mandando ver de forma discretíssima e melancolicamente a figura de Phill Collins, destruída pela sequência de doenças que ele teve e mais uma série de cirurgias que se submeteu, que o colocaram sentado em uma cadeira giratóriapara poder cantar suas músicas.
Que pese a idade de todos, provavelmente na casa dos setenta anos, o que hoje em dia não significa um sinônimo de velhice, ver justamente o último show da banda tendo um de seus membros em precárias condições de saúde, é muito triste e melancólico, mas o show foi ótimo, faltando apenas uma canja de Peter Gabriel que estava na plateia prestigiando seus antigos companheiros de banda para fechar com chave de ouro uma trajetória marcante e expressiva para o mundo do rock.
Como não há ainda nenhum material disponível desse show para poder compartilhar, tomo a liberdade de repostar um álbum muito emblemático para mim, uma vez que eu estava assistindo “In loco”, nas duas noites de espetáculo, no Ginásio do Maracanãzinho, Rio de Janeiro em maio de 1977.
Trata-se da “Genesis Brasil Tour” que passou pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, uma realização do Projeto Aquarius, patrocinado pelas Organizações Globo.
O áudio foi extraído de uma emissão das rádios, Mundial AM e da saudosa ELDO POP FM, que era uma pauleira diária do melhor rock internacional e nacional que se tinha a época.
Nesta época, o Genesis não contava mais com participação de Peter Gabriel, mas ainda tinha uma pegada progressiva muito forte pois já haviam lançado dois álbuns muito bons, sendo o primeiro, “A Trick Of The Tail” e logo na sequência, “Wind and Wuthering”.
O ponto forte destas duas noites de apresentação, como não poderia deixar de ser, ficou a cargo da música “Super’s Ready”, executada de forma intocável, faltando apenas o vocal característico de Peter Gabriel, mas que no final das contas, acabou despercebido, pois o que se ouviu e se viu, foi bom demais, com um Phill Collins muitíssimo simpático, até tentando falar algumas palavras em português.
O show já começa muito bem a partir da introdução do show pois é tocada “Firebird Suite” de Igor Stravinsky, muito utilizada nos shows do Yes, sendo prenuncio do que ainda estava por vir, com uma voz anunciando o início do espetáculo.
Esse show trouxe algumas novidades em termos de pirotecnia, como um canhão lazer que ora pipocava no teto do Ginásio e em outros momentos abria-se em um cone de luz verde sobre Phill Collins e para nós, Brazucas, tudo era uma novidade extrema, não só pela aparição da banda em terras tupiniquins, mas por toda a bagagem tecnológica de ponta que havia disponível nos anos setenta, encantando a todos nós.
E é justamente essa imagem fantástica é que quero ter como a despedida dos palcos de uma das bandas mais importantes da história da música e do rock progressivo em todos os tempos.
Genesis Brasil Tour
Mike Rutherford
Tony Banks
Phill Collins
Chester Topson
Set-List
01. Intro02. Squonk
03. One for the vine
04. Robbery, assault & battery
05. Inside and out
06. Firth of fifth
07. In that quiet earth
08. Afterglow
09. I know what i like
10. Supper's Ready
11. Dance on a Volcano
12. Los Endos
13. The lamb lies down on Broadway
14. The musical box (Excerpt)
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“The Last Domino Tour?”
“The Last Domino Tour?”
Genesis Brasil Tour