CAPÍTULO III - "Veludeando"
Chegando ao terceiro capítulo da saga VELUDO, eis que temos a música “Veludeando”, outra pérola, com seus treze minutos de duração, nos transportando em uma viagem lisérgica que parece que não tem fim, com poucos momentos de sossego e na maior parte, bem visceral pela complexidade de seu tema.
Eu sou suspeito para falar dessa música que foi inegavelmente, um amor à primeira vista e, mesmo que eu a tenha conhecido há pouco tempo (o que é imperdoável), a impressão que tenho, é que é uma velha conhecida, pois se incorporou em minhas memórias e lembranças musicais como se eu a escutasse desde a época de sua criação.
Esse fenômeno é por que, essa é uma daquelas músicas que são criadas de forma tão genial e generosa, que por si só, de um lado provoca esse tipo de reação e, por outro, revela o melhor de seus músicos, uma vez que esse tipo de música não aceita desaforo algum, ou seja, ou a enfrenta com coragem e sabedoria ou sai fora que é fria, vai ser engolido por ela.
Veludeando foi criada por Nelsinho Laranjeiras, Paul de Castro e Elias Mizrahi ainda nos anos setenta e entre 1974/1975, serviu para abrir os shows das época e ultimamente é usada para o “bis” ao final das apresentações (por mim poderia ser executada na abertura e no bis).
O vídeo em questão feito em 2018, é totalmente revelador quanto a este aspecto que abordei, considerando a performance dos músicos, dos quais não posso deixar de assinalar a atuação do Nelsinho Laranjeiras com seu baixo, sendo lançado a níveis estratosféricos, onde normalmente é usado como um quadjuvante na música, mas em suas mãos, o transforma em protagonista, muitíssimo afiado, como uma Katana de um samurai, coisa que poucos no mundo do rock conseguiram fazer com esse instrumento.
Continuando essa pequena dissecção musical, o Antonio Giffone, que é considerado por muitos, um mago nos teclados e realmente o é, desta vez mostrou que é também, um mago das guitarras, pelo show que deu, mas o que me impressionou de fato, por ser um instrumento de certa raridade em comparação a outros em bandas de rock, foi a excepcional flauta transversa de Ronaldo Scampa.
E sem medo de ser feliz, o coloco lado a lado de músicos como, Thjs Van Leer, Ian Anderson e Attila Kollar, pela similaridade de timbres e pela forma como toca, com precisão cirúrgica, se comunicando sem o uso da palavra, conseguindo passar mensagens muito claras do enredo da peça e como se não bastasse, assovia como ninguém, basta conferir no vídeo.
Via de regra, todos sem exceção, são exímios instrumentistas com capacidade técnica e sentimentos para interpretar e entender as necessidades que em especial esta música cobra, portanto, vamos elencar a trupe que deu vida mais uma vez a esta peça, começando por Sérgio Conforti (bateria); Silvio Romero (guitarra e violão); Nelsinho Laranjeiras (Direção Musical e baixo); Antonio Giffoni (guitarra) e Ronaldo Scampa (flauta, gaita e voz) e como convidados especiais, Silvio Mazzei (vocal solo) e Fernando Vinhas (teclados).
História da composição:
"O Veludo, ainda em formação, acabava de estrear e dois componentes já estavam de saída. O saxofonista Pestana e o baixista Pedro Jaguaribe. Fui convocado para entrar para a banda como sendo a solução para o novo som que iria surgir.
Foi com essa responsabilidade que apareci no primeiro ensaio. Longe de uma timidez, cheguei para mudar arranjos, inverter levadas e, semanas depois, inserir pequenas melodias e composições em temas que eles acreditavam que já estivessem definidos.
Para esse processo tive o apoio incondicional do tecladista Elias Mizrahi. Afinal, foi com ele que formei, dois anos antes da estreia do Veludo, um dos grupos mais incríveis que já tinha participado. A “Antena Coletiva”.
Lá, eu e Elias, tivemos momentos de incrível entrosamento e cumplicidade musical. Escolhida para ser a música de abertura dos shows do Veludo no período 1974 / 1975. Veludeando me traz boas recordações.
Quando entrei para o grupo, Veludeando ainda era um esboço do que viria a ser, isso me deu oportunidade de “meter o bedelho”. Abrasileirei as partes indefinidas e, no segundo ensaio, já tinha composto algumas melodias e alguns trechos para serem inseridos.
Meus novos companheiros devem ter me achado muito atrevido. Mal entrava no ônibus e já queria sentar na janela. Essa característica sempre me acompanhou e muitas vezes me atrapalhou quando me tornei músico profissional.
Minha sorte no Veludo foi ter convivido com músicos geniais como Paul de Castro, Gustavo Schroeter e Elias Mizrahi. Com a volta do Veludo em 2017, Veludeando voltou a ser apresentada 42 anos depois. A partir daí, entrou definitivamente para o nosso repertório sendo a música do bis."
Nelsinho Laranjeiras.
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