5 de abr. de 2011

ANDERSON & WAKEMAN - "The Living Tree" - 2010

Como era de se esperar com a saída de Jon Anderson e Rick Wakeman do Yes, a possibilidade dos dois desempregados fazerem alguma coisa juntos, tinha uma tendência muito grande, o que acabou realmente acontecendo em 2010, com o lançamento do álbum "The Living Tree" que é totalmente composto de músicas inéditas. 

Eu sou fã de carteirinha dos dois incondicionalmente, porém eu achei as músicas melosas demais para o meu gosto, o que a rigor não significa nada, é apenas um sentimento meu em relação a um trabalho que está muito bem feito, simples por natureza, com um Rick Wakeman muito mais pianista do que tecladista, acompanhando Jon Anderson nas músicas que foram criadas hermeticamente e estruturadas para tirar o melhor de sua excepcional voz. 

Fica clara a intenção de produzir um trabalho diferente do que normalmente fariam no Yes e isto é absolutamente normal e justificável tendo em vista que o substituto de Jon Anderson, o jovem Benoit David, tem um timbre de voz muito semelhante e até em alguns momentos difícil de identificar a voz de um ou de outro. 

Por outro lado, Oliver Wakeman que substituiu seu próprio pai (o que é o destino) e obviamente não poderia ter melhor mestre, tem talento, personalidade e criatividade suficiente para no atual padrão musical da banda, cobrir a ausência de Rick Wakeman, que neste álbum pega leve em cima dos teclados, mas mesmo assim faz belas harmonizações com seu sintetizador, produzindo sons de flauta em alguns momentos e executando seu piano de forma soberba, aliás, como sempre.. 

No contexto geral é um álbum bem introspectivo, intimista, soando bem lírico e poético ao mesmo tempo, às vezes um pouco melancólico, mas não quer dizer que seja um reflexo da atual fase dos dois músicos, distantes de sua casa que é o Yes, onde são os legítimos proprietários e por razões que desconheço, de lá foram despejados ou simplesmente resolveram se mudar por questões pessoais ou profissionais, mas isto eu realmente não sei. 

Curiosamente surgiram algumas imagens a minha mente quando em um quarto escuro eu escutava estas músicas pela primeira vez e em sua maioria, eram visões de planícies vazias, um tanto desoladas, mas não eram sinistras, eram apenas tristes (coisa mais deprê, não???), isto talvez pela falta do restante dos instrumentos mínimos que compõem uma banda e certamente com este complemento de instrumentos,  as imagens seriam outras e é até possível que este seja realmente o efeito que estes dois gênios tenham pensado em causar, quem sabe?

Mas a despeito de qualquer crítica, sentimento, ou seja, o que for, é uma obrigação não só divulgar este álbum, bem como recomendá-lo muito, pois ele é fruto do trabalho de duas lendas vivas do rock progressivo, tem uma qualidade inquestionável e com certeza agradará a muitos que o ouvirem, pois apesar de tê-lo achado um pouco triste, não significa que não tenha gostado e mesmo que não tivesse sido do meu agrado, ele seria postado de mesma forma, pois uma opinião pessoal e principalmente a minha, não é suficiente para desmerecer um trabalho tão bem produzido como este.

ALTAMENTE RECOMEDÁVEL!!!

Musicians:
Jon Anderson
Rick Wakeman

Tracks:
1. Living Tree (Part 1) (4:04)
2. Morning Star (4:30)
3. House Of Freedom (5:38)
4. Living Tree (Part 2) (4:37)
5. Anyway And Always (3:51)
6. 23/24/11 (6:25)
7. Forever (5:33)
8. Garden (3:23)
9. Just One Man (4:46) (Music by Jeremy Cubert)


"Forever"

"Morning Star"

4 comentários:

  1. Fantástico, delicioso, se alguém espera gênero musical vai se decepcionar. Realmente parece que os dois se encontraram e resolveram descansar, dá um tempo na doideira, duas lendas vivas da música, contidos, intimistas e realmente soa meio melancólico mas como vc diz, quem sabe não é essa a mensagem que querem passar? De qualquer forma é extremamente agradável ouvir este albúm e me que perdoem mas a banda não faz falta aqui.
    E a vc Gustavo, mais uma vez muitissímo obrigado.

    José Carlos

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  2. Meu amigo,

    Que grata surpresa, pois eu estava esperando algumas pedradas...... (hahahah)

    Como disse na resenha, não é muito o meu gênero escutar um álbum deste tipo, que confesso que nem consegui classificá-lo em uma tendência musical, agora, que ele é muito bom, isso eu não tenho dúvida.

    Lendo o seu comentário, acho que você está com a razão, simplesmente resolveram dar um tempo e tomar um fôlego, para mais tarde apresentar um novo trabalho com as energias renovadas, pois esta dupla sozinha, vale por uma banda inteira......

    A rigor quem tem que agradecer muito, sou eu, por você perder seu tempo em ler estes delírios que eu escrevo......

    Volte sempre!!!

    Um grande abraço,

    Gustavo

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  3. Thank you very much!
    It's very big surprise !

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  4. You always will be very welcome.

    Come back often!!

    Greetings

    Gustavo

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