30 de jun. de 2014

V. A. - "A Classic Rock Salute To The Doors - Light My Fire" - 2014

Eu não poderia imaginar que o “The Doors”, fosse tão cultuado por ilustres nomes do mundo rock, como Rick Wakeman, Keith Emerson, Tony Kaye, Patrick Moraz, Jordan Rudess, Geoff Downes, Steve Howe, Ian Gillan, Thijs van Leer, Billy Sherwood, Steve Hillage, Ken Hensley, Ted Turner, Roye Albrighton, Todd Rundgren, Joe Lynn Turner e mais uma penca de gente muito boa, que se traduzido em bandas, teríamos o Yes, ELP, Focus, Uriah Heep, Deep Purple, Rainbow, Asia, Dream Theater, Ambrosia, Gong, Wishbone Ash, Moody Blues e diversas outras bandas a fazer este tributo.

Esse fenômeno é muito fácil de explicar, pois este álbum tributo, intitulado, "A Classic Rock Salute To The Doors - Light My Fire", não é apenas uma reverencia ao “The Doors” de “Jim Morrison”, mas principalmente é uma justa homenagem a Ray Manzareck, o homem dos teclados da banda, que deixou sua marca registrada em músicas como “Light my fire”, “Riders On The Storm” e tantas outras e que veio falecer no ano passado.

Ele realmente é o “cara”, pois não é para qualquer um reunir tantos astros de peso da música a seu favor e, diga-se de passagem, que se as músicas já eram muito boas em sua origem, neste álbum ganharam um apelo extra pela presença de músicos tão ilustres e um tom de modernidade que naturalmente foi imposto pelos seus executores e arranjadores.

Descobri por acaso o álbum no Facebook com a música com a música “Light my fire”, que logo chamou a atenção pela introdução do órgão, muito caraterística da forma de tocar de Rick Wakeman, então começou a saga por busca de informação sobre a música e o álbum e no caso desta, tive a grata surpressa de acusar a presença de Ian Gillan e Steve Howe, portanto um triunvirato inesperado estava formado e “Light my fire” acabava de ganhar pelo menos mais uns quinhentos anos de vida, pois uma música tão brilhante em sua essência, uma vez mais foi lapidada e polida, se transformando em uma das mais preciosas gemas que o mundo rock já produziu.

Alguém poderia imaginar um Thijs van Leer (Focus) com Lou Gramm (Foreigner) executando, “Love me to Times” ou mesmo, “Riders On The Storm” tendo a frente, Tony Kaye e Joe Lynn Turner que deram um toque todo especial à música e esta meus amigos, é tônica em torno deste tributo, que a cada música revela uma combinação diferente de músicos, no mínimo inusitada e surpreendente, pois deu certo em todas elas.

As musicas escolhidas sem exceção são excelentes e os músicos que tiveram o privilégio de participar deste álbum, não pouparam esforços para fazer o melhor, portanto o resultado final não poderia ser outro, senão de um excelente álbum, longe dos caça niqueis do gênero, pois a química entre as músicas do “The Doors” e seus executores foi perfeita, proporcionando um equilíbrio total entre os músicos e as músicas.

Vale salientar que este álbum é mais uma inteligente iniciativa de Billy Sherwood que ultimamente tem se envolvido em diversos projetos musicais de sucesso e provavelmente este seja o seu mais ambicioso e de maior sucesso, portanto fica o convite a todos para escutarem este fabuloso álbum que tem tos os ingredientes para agradar a qualquer amante da boa música.

RECOMENDADÍSSIMO!!!!!

Tracks & Personnel:

01. L.A. Woman – Jimi Jamison (Survivor), Ted Turner (Wishbone Ash) e Patrick Moraz (Moody Blues)
02. Love Me Two Times – Lou Gramm (Foreigner), Thijs van Leer (Focus) e Larry Coryell
03. Roadhouse Blues – Leslie West (Mountain), Brian Auger e Rod Piazza
04. Love Her Madly – Mark Stein (Vanilla Fudge) e Mick Box (Uriah Heep)
05. Riders On The Storm – Joe Lynn Turner (Rainbow), Tony Kaye (Yes) e Steve Cropper (Booker T. & The M.G.’s)
06. The Crystal Ship – Edgar Winter e Chris Spedding
07. Intro (People Are Strange) – Keith Emerson, Jeff “Skunk” Baxter e Joel Druckman (John Fahey)
08. People Are Strange – David Johansen (New York Dolls) e Billy Sherwood (Yes)
09. Touch Me – Robert Gordon, Jordan Rudess (Dream Theater), Steve Morse (Deep Purple) e Nik Turner (Hawkwind)
10. The Soft Parade – Graham Bonnet (Rainbow), Christopher North (Ambrosia) e Steve Hillage (Gong)
11. Hello, I Love You – Ken Hensley (Uriah Heep) e Roye Albrighton (Nektar)
12. Spanish Caravan – Eric Martin (Mr. Big) e Elliot Easton (The Cars)
13. Alabama Song (Whiskey Bar) – Todd Rundgren and Geoff Downes (Yes / Asia) e Zoot Horn Rollo (Captain Beefheart)
14. Break On Through (To The Other Side) – Mark Farner (Grand Funk Railroad) e Chick Churchill (Ten Years After)
15. Light My Fire – Ian Gillan (Deep Purple), Rick Wakeman (Yes) e Steve Howe (Yes)
16. The End – Pat Travers e Jimmy Greenspoon (Three Dog Night)


 

26 de jun. de 2014

YES - "Heaven & Earth" - 2014


Só mesmo o YES para tirar exílio e me fazer voltar a escrever, uma vez que acaba de lançar mais um álbum de estúdio, intitulado “Heaven & Earth”, com a capa desenhada pelo mago do design, Roger Dean, que já está disponível em alguns blogs e agora o faço por aqui, com certo receio, pois ela será elaborada apenas com a primeira impressão de uma única audição, que na verdade, é a que realmente fica.

Interessante, pois desde a entrada de Jon Davison em substituição a Benoit David, eu devo ter escutado uma ou duas músicas do YES com o novo vocalista, até mesmo por preconceito, mas principalmente pela palidez que uma legenda tão importante como YES estava se encontrando ao final da turnê de divulgação de “Fly From Here” que não foi um mau álbum.

Jon Davison
“Heaven & Earth”, surpreendeu ao remeter a uma situação que para mim a principio era irreversível, eu explico, pois seus músicos veteranos, Chris, Howe e White, apresentavam visíveis sinais de cansaço, melhor dizendo, falta de saco mesmo para tocar suas músicas novas e até mesmo as antigas, executando-as de forma burocrática e protocolar, o que me deixava muito incomodado em ver a decadência da banda.

Desta vez, algo inesperado aconteceu, mas não esperem que tenha sido algum milagre e que “Heaven & Earth” seja um revival de um “Fragile” ou coisa parecida, pois não é mesmo, mas é possível sentir certa alegria, leia-se "TESÂO", por parte dos músicos com este trabalho que de certo modo tira a banda do marasmo reinante que há muito tempo os assolava.

Jon Davison tem a seu favor o fato de ter talento e uma personalidade forte o suficiente para fugir dos falsetes vocais, afim de, igualar a sua voz a de Jon Anderson, o que seria uma estupidez sem tamanho, pois tendo como exemplo o que aconteceu com Benoit David que ousou além de suas possibilidades e detonou suas cordas vocais.

Geoff Downes
Geoff Downes têm um estilo musical completamente diferente de seus antecessores, inclusive preferindo o que há de mais moderno e sofisticado em termos de equipamentos e programação, entretanto, neste trabalho ele se mostrou bem mais sinérgico em relação ao grupo e ao espírito da banda, fazendo uma boa integração entre o vocal de Jon Davison e às cordas de Steve Howe, arriscando até alguns solos interessantes, como por exemplo, o que há na música, “Step Beyond”.

Em geral o álbum mostra consistência em sua proposta temática em todas as suas oito músicas, que aparentemente estão entrelaçadas contando uma história que ainda não tive tempo de traduzir para ter realmente certeza do que estou dizendo, lembrando que este álbum só foi escutado uma única vez até este momento.

Classificá-lo musicalmente agora não seria conveniente e um tanto imprudente de minha parte, mas acredito que ele possa estar inserido em uma nova linhagem progressiva do século 21, menos densa e até por conta disto, mais humana, portanto, esta missão é solitária e intransferível, cabendo a cada um que escutá-lo tirar suas próprias conclusões. 

De todo modo um novo álbum do YES é sempre uma boa notícia, um alento em tempos musicais tão sombrios, mesmo ele tendo a supressão da presença de Jon Anderson e Rick Wakeman que são duas entidades humanas que fazem parte de uma esfera musical superior que vai além de uma simples explicação, então, fica o convite a todos a experimentarem o mais novo trabalho do YES.

APRECIÁVEL!!!!

YES:
Steve Howe / Electric Guitar, Acoustic & Steel Guitars, Backing Vocals
Chris Squire / Bass Guitar, Backing Vocals
Alan White / Drums, Percussion
Geoff Downes / Keyboards, Computer Programming
Jon Davison / Lead & Backing Vocals, Acoustic Guitar on tracks 1, 4 & 6



TRACKS:
01 – Believe Again (Davison/Howe)
02 – The Game (Squire/Davison/Johnson)
03 – Step Beyond (Howe/Davison)
04 – To Ascend (Davison/White)
05 – In A World Of Our Own (Davison/Squire)
06 – Light Of The Ages (Davison)
07 – It Was All We Knew (Howe)
08 – Subway Walls (Davison/Downes)




6 de jun. de 2014

ILÚVATAR - “From The Silence” - 2014

Que notícia boa, muito boa mesmo!!! O Ilúvatar está de volta na estrada com seu novo álbum, o quarto de estúdio, intitulado, “From The Silence”, que acaba de sair do forno, com a mesma vitalidade e criatividade dos álbuns anteriores, fechando um ciclo de quinze fora dos estúdios. 

Com a mesma formação do álbum anterior, “A Story Two Days Wide”, o Ilúvatar com sua nova criação nos remete diretamente ao rock progressivo doas anos noventa, que aquela altura já representava a terceira geração desta tendência musical que é tão controversa e que há anos a fio caminha em uma linha tênue entre o ódio e o amor, pois quem gosta, não gosta pouco e quem odeia idem.

Entretanto é curioso que tanto tempo depois de sua origem, ainda existam de ambos os lados, músicos e público, dispostos a investir em um segmento musical que muitas vezes é tão criticado duramente, por representar algo que aparentemente está morto e ultrapassado, mas que na verdade, ainda possui muito fôlego e um grande público fiel às suas origens e que de alguma forma ainda consegue agregar mais e novos adeptos a cada geração que vai surgindo. 


O Ilúvatar é uma banda extremamente constante, sóbria, nunca esteve próxima de uma situação de estrelismo como aconteceu com o IQ, Pendragon e tantas outras bandas, porém a qualidade de seus trabalhos é inegavelmente impecável, beirando quase a perfeição, mas por força do destino e/ou mesmo da falta de um marketing a altura de suas reais possibilidades a banda nunca teve o devido reconhecimento que outras bandas de mesmo calibre tiveram nos anos noventa.

Enfatizo isso por conta deste álbum, “From The Silence”, pois no atual momento em que nos encontramos, em meio a esta crise cultural sem precedentes na história, este trabalho para mim representou um oásis no meio do deserto, pois com raríssimas exceções, nada de novo que realmente valha a pena investir foi feito, pois o numero de bandas e artistas isolados que estão surgindo em escala geométrica nos diversos segmentos da música chegam até nós travestidos de clichês musicais e performances que beiram o ridículo, vide nossa atual MPB e o Pop internacional que perdeu inexplicavelmente sua inteligência.

Que bela surpresa o Ilúvatar está nos proporcionando com este instigante álbum, que está repleto de dinamismo, poesia e lirismo apresentados de forma tão simples e ao mesmo tempo tão profunda que atinge com um tiro certeiro a alma de quem gosta de rock progressivo.

A banda está com a mesma formação do seu álbum anterior, portanto não há grandes novidades por este aspecto, mas para a minha surpresa, a voz de Glenn McLaughlin, apresenta-se esta muito preservada, não demonstrando o menor sinal de cansaço, o que é uma coisa muito boa, levando-se em consideração que sua voz é um diferencial positivo que agrega muito valor à obra.

Jim Rezek, o homem dos teclados, não chega a ser um “virtuose” nesta disciplina, entretanto, também manteve em dia seus fundamentos básicos, criando atmosferas bem interessantes e disparando alguns solos bem viajantes o suficiente para matar as saudades do grupo e confirmar que ainda há vida inteligente na música.

Dennis Mullin, também está muito bem no comando de sua guitarra, já que manteve sua habitual segurança e alegria ao tocar, surfando com muita tranquilidade pelas cordas de suas guitarras, demonstrando que ainda possui muita habilidade com o instrumento.

Dean Morekas e Chris Mack, respectivamente o baixista e baterista, dão conta da cozinha da banda com muita competência e talento, portanto tornando o conjunto como um todo, muito harmônico e integrado, o que proporciona um ganho de escala muito grande para a banda que é formada apenas por bons músicos, mas que em conjunto se tornam gigantes.

As musicas estão formatadas com uma curta duração para este gênero musical, mas isso não é um problema de forma alguma, pois realmente estão na medida certa para atender as novas demandas de mercado e dentre elas, inicialmente as que mais chamaram a minha atenção por sua criatividade, são as músicas ”Open The Door”; “The Storm”; “Between”; ”The Silence!” e “Until”, isto logo na primeira audição do álbum, portanto, para aceitar a totalidade do álbum,  não será difícil, uma vez que eu praticamente já tenho meio caminho andado.

Fica o convite a todos para a audição de mais um excelente trabalho do Ilúvatar que corajosamente lança um trabalho inédito após quinze anos de recolhimento, produzindo-o com tanta criatividade e sabedoria.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Ilúvatar
Glenn McLaughlin / vocals, percussion
Dennis Mullin / guitars
Jim Rezek / keyboards
Dean Morekas / bass, bass pedals, backing vocals
Chris Mack / drums, percussion

Tracks
01. From The Silence (0:53)
02. Open The Door (4:49)
03. Resolution (7:03)
04. Le Ungaire Moo-Moo (3:29)
05. Across The Coals (7:56)
06. The Storm (4:01)
07. Favorite Son (4:15)
08. Between (7:01)
09. The Silence! (6:22)
10. Older Now (3:19)
11. Until (6:02)


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