31 de out. de 2012

KANSAS - "Live In Tulsa" - 1976




A ultima vez que eu resenhei um álbum do Kansas foi há uns seis meses atrás, portanto, já está mais que na hora de trazer os nossos caipiras americanos para dentro do blog novamente e para tanto, nada melhor que um bootleg bem velhinho, gravado em janeiro de 1976, no Fairgrounds Pavilion, Tulsa, USA, intitulado “Live in Tulsa”.

 O Kansas dos anos setenta, na verdade não chega a surpreender em seus shows, pois eles são sempre excelentes, precisos e pragmáticos, indo direto ao que mais interessa, ou seja, encantar e da forma mais envolvente o possível, com atuações individuais absolutamente fantásticas e que quando somadas, o resultado é um só, “Espetáculo”.

Em geral, o Kansas faz o seu “Espetáculo”, sem muita pirotecnia, holofotes e luzes piscando, apenas oferecendo o principal, como a raça, o talento e muita emoção, proporcionando uma música de muita qualidade, mesmo sem ser temática e/ou muito longa, mas mantendo claramente os traços do rock progressivo.
 
O período em que este show aconteceu, é justamente no momento mais fértil e produtivo da banda, portanto, somos brindados com lindas e performáticas músicas e dentro delas, gostaria de destacar, “Icarus - Borne On Wings Of Steel”; “The Wall”; “Magnum Opus”; “Song For America” e lamentar profundamente a falta de “Journey From Maria Brown” neste bootleg, que para mim é uma obra de arte musical, pois as peças citadas são na verdade, clássicos imortalizados pela história do rock. 

A formação clássica da banda, logicamente é a responsável pelo reconhecimento notório que se formou ao redor de toda a sua obra e trajetória, apesar de haver certo preconceito por ser uma banda americana e não possuir um “Pedigree Europeu” para então, poder ser considerada uma banda efetivamente de rock progressivo, mas que me desculpem os mais céticos, mas isto é uma grande bobagem e perda de tempo, pois a banda é muito boa e merece estar lado-a-lado com os grande nomes do cenário progressivo setentista. 

O bootleg em questão é uma pré-estreia para o lançamento do álbum de estúdio, “Leftoverture”, que só seria lançado em novembro deste mesmo ano, portanto, este ato me leva a crer que, eles sabiamente seguiram os passos do Pink Floyd, que usualmente adiantava em suas apresentações, novos hits para testar a reação do público e fazer os ajustes necessários nos arranjos que finalmente estariam presentes nas edições finais.
 
Este show é uma “viagem” que vai de encontro ao passado musical de um dos grandes nomes do rock, por conta das músicas escolhidas e a da sua formação que foi a melhor desde a sua criação, portanto, como de costume, este é mais álbum para ser guardado junto ao lado esquerdo do peito.


 
  ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Kansas:
Steve Walsh -  vocals, keyboards, synthesizers, percussion
Richard Williams - guitars
Phil Ehart - drums, percussion
Dave Hope - bass
Kerry Livgren - guitars, keyboards, synthesizers
Robby Steinhardt - vocals, violin, viola, cello

Tracks:
01 Cary On Wayward Son
02 Icarus - Borne On Wings Of Steel
03 Down The Road
04 Mysteries And Mayhem / Lamplight Segment
05 The Wall
06 Lonely Wind
07 Miracles Out Of Nowhere
08 Kerry & Rich Guitar Jam
09 Child Of Innocense
10 Magnum Opus
11 Song For America
12 Robby Steinhardt Violin Solo
13 Gypsy Song
14 Cheyenne Anthem 


LINK


 "Cary On Wayward Son"
 

"Miracles Out Of Nowhere"


É uma satisfação muito grande quando  assisto a este tipo de vídeo, com músicos absolutamente desconhecidos fazendo um tributo a banda com qualidade de profissionais: 

"Song For America"


Créditos:
International Kansas Cover Collaboration
Drums - Jerry http://www.youtube.com/kanushrox
Hammond and Synth - George http://www.youtube.com/xbgyuri
Bass - Neal http://www.youtube.com/ocalamusician
Lead Vocals - Al http://www.youtube.com/herda5
Violin - Mark http://www.youtube.com/skudmunky
Guitar - Jorge http://www.youtube.com/jordelagu
Piano and Vocals - Roland http://www.youtube.com/descantiano
Thanks for additional video content to http://www.youtube.com/lastcardkeen

19 de out. de 2012

URIAH HEEP - "The Magicians Birthdays Party Live" - 2002

Lembrado por um, (“Dead” o lobo) e cutucado por outro, (Carlos “The Ancient”), não teve jeito, chegamos pela primeira vez aqui no blog, junto à banda, Uriah Heep, que é amada por uns (eu, inclusive) e totalmente desprezada por outros, mas sem dívidas alguma, um grande nome do rock (seja ele qual for) que merece uma atenção muito especial por ter tido a competência de produzir um invejável acervo musical ao longo de quatro décadas de muito trabalho. 

O álbum “The Magicians Birthdays Party Live”, está disponível em CD e DVD, foi gravado em 2001 e lançado oficialmente em 2002 para comemorar os trinta anos de lançamento do álbum de estúdio, “The Magicians Birthdays”, por sinal, um hiper clássico do hard rock dos anos setenta, com direito a arte gráfica de Roger Dean e tudo mais que um álbum desses merece. 

Esta comemoração foi coroada, não só pela participação especial de alguns antigos membros da banda, mas principalmente pela carismática presença de “Thjis Van Leer”, que como sempre deu um show com sua flauta transversa e não satisfeito, ainda inseriu na música “Tales” o refrão mais conhecido do planeta, presente na música “Hocus Pocus”, transformando aquela comemoração em um momento antológico e inesquecível. 

“Thjis Van Leer” é uma lenda viva (graças a Deus) e um decano do rock progressivo e como tal, quando aparece em público, é motivo de muito orgulho para quem está ao seu lado, bem como para quem está assistindo, portanto, só por este motivo, este show já seria imperdível, porém, ele vai muito além do que se poderia esperar, pois em especial, esse show foi coberto de uma aura e sinergia muito grande entre os músicos e verdade seja dita, a constelação de músicas escolhidas não poderia ser melhor. 

Praticamente todas as músicas desse show, são clássicos do rock, como, Stealin’; Return to Fantasy; Tales (essa é imperdível); July Morning; Paradise/ The Spell (muito bem lembrada pelo Dead); Sunrise; Circle of Hands; Easy living; The Magicians Birthdays e algumas outras que muito bem retratam a identidade e a personalidade de uma banda que ao longo do tempo foi sofrendo transformações para se adequar aos modismos que iam surgindo e como todas as outras bandas desta mesma época, tiveram seus momentos de glória e de ostracismo. 

Obviamente uma banda que produziu álbuns como, “Demons and Wizards”, “Return to Fantasy”, “Firefly”, “The Magicians Birthdays”, “Look at Yourself”, “Sweet Freedom” e mais uma penca de álbuns muito legais, tem seu lugar garantido junto a outros grande nomes do rock. 

Vale lembrar também, alguns nomes de peso que passaram pelo Uriah Heep como, Ken Henslsey, John Lawton, David Byron, Lee Kerslake, John Wetton e lembrar que Mick Box é o único integrante a permanecer na banda desde seu início em 1969, sem duvidas um grande feito. 

Mas o mais importante disso tudo, é que com seus altos e baixos, o Uriah Heep virou uma legenda, independente de formação, valendo-se apenas do legado produzido nestes mais de quarenta anos, sendo uma banda altamente cultuada em toda a Europa, Japão e aqui no Brasil, onde já teve diversas passagens, mas curiosamente, nos EUA, nunca teve uma boa aceitação (vai entender os americanos), portanto amigos, “The Magicians Birthdays Party Live” é um convite e um passaporte a passar deliciosos momentos ao som de Hammonds e riffs de guitarra ao melhor estilo do rock dos inimitáveis anos setenta. 

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

URIAH HEEP
Mick Box / guitar, vocals
Lee Kerslake / drums, vocals
Trevor Bolder / bass guitar, vocals
Phil Lanzon / keyboards, vocals
Bernie Shaw / lead vocals

Special guests:
Ken Hensley,
John Lawton,
Thijs van Leer
Emma Robbins,
Kim Chandler,
Aileen McLaughlin

TRACKS
01. Return to Fantasy
02. Tales
03. Sweet Pretender
04. I'll Keep On Trying
05. July Morning
06. Paradise / The Spell
07. Circle Of Hands
08. The Magician's Birthday
09. Sympathy
10. Free 'N' Easy
11. Sunrise
12. Easy Livin'


LINK





11 de out. de 2012

V. A. - “Tales From The Edge – A tribute to the Music of the Yes” - 2012

“Ousadia”, esta foi a primeira palavra que veio a cabeça quando pela primeira vez eu tomava contato com este álbum tributo, “Tales From The Edge – A tribute to the Music of the Yes”, tendo em vista que o elenco de bandas e músicos isolados que dele participaram eu não conhecia nenhum sequer. 

Ate ai tudo bem, pois os produtores do álbum não têm culpa que eu seja um ignorante e não conheça estes artistas, mas um tributo logo com a música do Yes, que tem toda uma história de vida e que envolve praticamente os melhores músicos do planeta, realmente foi um ato de muita coragem, pois novos arranjos foram feitos para adequar as músicas a seus novos e desconhecidos executores, vocais e instrumentais. 

Toda vez é a mesma história, bate aquele medo na hora de escutar as músicas pela primeira vez, entretanto neste caso, salvo raríssimas exceções, uma ou duas no máximo que acho que ficaram um pouco fora do contexto dos originais em um universo de vinte e seis músicas o que não chegou próximo de ser um sacrilégio musical, apenas não gostando do que escutei, portanto, sou obrigado a concordar que o álbum é muito bom e os ilustres desconhecidos (para mim), sem exceção, merecem todo o nosso respeito e consideração. 

Como só escutei apenas uma vez o álbum e imediatamente deu coceira não mão para escrever algo a respeito, seria uma grande injustiça e imprudência de minha parte ficar destacando esta ou aquela música, pois certamente a possibilidade de acerto nas conceituações das músicas nestas condições, beira a zero, mas posso afirmar que o álbum diverte, e muito. 

Quando eu tenho esta percepção do “divertimento” sedimentada na música, isto para mim é o primeiro e melhor “indício” de estar muito próximo de uma música de qualidade e neste caso, apenas pela origem da música, boa parte do indício já estava garantido e como a execução não decepcionou, isto de forma alguma, o álbum como um todo é muito melhor do que eu poderia esperar. 


De forma geral, músicos instrumentistas, vocalistas, surpreenderam de forma muito positiva, pois nitidamente não houve a preocupação de se imitar os originais, mas sim de dar uma nova leitura a inconfundível e inimitável discografia do Yes e neste momento enquanto escrevo este parágrafo, escuto a música, ”Time and a Word”, cantada lindamente em italiano pela banda “Armalite”, o que de imediato me fez lembrar o Premiata Forneria Marconi que anda um pouco esquecido aqui no blog, mas em breve eu corrijo esta injustiça. 

A tarefa de fazer um tributo a uma banda ou músico, é um grande problema e quando este problema leva o nome de “Yes”, ai o bicho pega e todo o cuidado é pouco, pois o resultado pode ser desastroso, mas graças aos bons “Deuses da Música”, isto não aconteceu de forma alguma com este álbum, portanto ele passa a ser uma excelente opção para começar este final de semana prolongado, que aqui no Rio de Janeiro vai ser estendido até a próxima segunda-feira, portanto amigos, sem medo, recomendo este álbum, pois ele ainda vai dar muito que falar.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!



ESPAÇO RESERVADO AOS AMIGOS:

Definitivamente fica aberto este espaço, uma vez que, em geral os comentários são mais ricos do que a própria resenha e ficam escondidos em um local pouco frequentável que é a página dos "comentários", portanto, sempre que houver uma colaboração enriquecedora, ela será imediatamente agregada a resenha, obviamente cedendo todos os créditos ao seu verdadeiro "Autor":

"Dead", meu irmão, valeu mais uma vez por estar aqui presente no blog com este depoimento:


"Vc não conhece todos e eu não coheço alguns. Uns bons sim outros nem tanto, o trabalho vou baixar, mas que tal a opinião de um cara que conhece quase todos, tocou com eles e conhece o Yes como ng?Espero ter contribuído.

On a surface level, a tribute album is all about the band being paid the tribute. Even if they themselves may never appear on the album, their compositions will be examined and executed from a different angle than what fans will have been familiar with. Keeping in mind that Yes are one of my all-time favourite bands (I myself have paid tribute to them with a cover or two), it's an exciting prospect to hear some fellow fans of the almighty Yes paying homage in their own way, even if I have heard of very few of the artists. Leading me to my next point; although I have been brought here for Yes, "Tales From The Edge" has also served as a comfortable way to be introduced to the passion of many lesser-known prog acts. Whether it's for Yes or a promising window-shop for talented prog artists, this is worth checking out.

Although I'm sure quite a few people reading this will have a greater knowledge of prog than I, I found myself very surprised by how few of the bands I recognized performing here. I was already familiar with The Samurai of Prog, 3RD Degree, and the Hungarian act Yesterdays, and I may have heard Italy's Conqueror name-dropped, but I was otherwise unaware of these bands. Though- for (hopefully) obvious reasons- the tribute does not demonstrate their own skill of composition, there are several artists here who impressed me to the point of wanting to check out their own work. Periplo offers a violin-rich rendition of "To Be Over" that develops upon the original. I had never heard of Italy's Vanilla Project before, but to hear their brilliant classical arrangement of "Heart of the Sunrise" is something to behold. With the occasional heavy metal kick, and vocals that betray their progressive heritage, Vanilla Project's contribution is among the very best here. While much of this tribute relies on intense, bombastic performance, Marco Mason's "Show Me" is subtle, acoustic and works wonderfully.

The Samurai of Prog deliver "Starship Trooper" in a way that recreates the energy of the original, although they don't go much beyond the call with it. Brazilian cover band Yessongs do much the same with "Siberian Khatru", and it's often uncanny how close to the true Yes they're able to sound. Tenmidnight do a version of "Tempus Fugit" from Yes' Trevor Horn "Drama" era, and while they par the original with skill and arrangement, it lacks the intense energy that made the original so cool. Greenwall's cover of the simple love song "Onward" even goes as far as to sound like smooth R&B, which- depending on where you stand with it- is either a good or bad thing. Truly, these and the rest of the performances on "Tales from the Edge" are all worthy of a listen, although some artists here take more of a welcome risk than others.

I'm not often a fan of bands doing covers to begin with, but a tribute album is a great way to hear a band's music transformed by different musicians, and there are few bands with as strong a career as Yes'. In truth, there are only a handful of tracks that really had me look at the songs in a new light, but to hear such a great amount of talent in one project is worth the admission alone. 

Review by Conor Fynes

Valeu "Dead" e Conor Fynes"......

Chegou mais um comentário, agora do amigo,  Carlos "The Ancient", para enriquecer o nosso papo de botequim, onde ele diz o seguinte:


"Preza Mano Véio e demais seguidores do Buteco...

Tentei dissecar este álbum o máximo que pude, e à medida em que ia tirando algumas informações, fui postando para que todos pudessem ter uma idéia da dimensão do trabalho que estava sendo postado!!!!

O Véio Dead ( cuja a presença tem sido bastante frequente no Boteco - acho isso ótimo -) também fez o mesmo.

E no meio deste vai e vem de informações, fiquei imaginado o que seria importante destacar no meu comentário....Seria o fato deste trabalho ter quatro músicas do Drama??? A incrível capacidade e talento de Jon Davison em Starship Trooper, que acabou despertando em Chris o desejo de ir novamente com a banda toda no estúdio para gravar um novo trabalho???

Ou a performance do The Samurai Of Prog que me levou a pesquisar sobre a banda na net e descobrir o fantástico Undercover ( já com o link divulgado acima )

...Pensei até em falar sobre o tupiniquim Yessongs que apesar do belo currículo de seus integrantes, errou ao limitar-se a fazer um cover sem maiores pretensões....

Pensei,,,Pensei,,,,, E achei sobre o que eu deveria escrever e destacar....

Temos discutido já a um bom tempo sobre a falência criativa que tem predominado no cenário musical,,,Falência generalizada em todos os segmentos...Existe quantidade, a qualidade é discutível, e a criatividade perde espaço para o óbvio.

De repente vemos 26 bandas desconhecidas com um talento acima da média executando um tributo para uma banda que indiscutivelmente detém os mais intricados e complexos arranjos elaborados na história musical do século XX.

continua,,,,

.......A pergunta que leva à seguinte reflexão é....Se existe tanto músico bom espalhado pelo mundo, porque então essa pobreza musical que estamos atravessando a décadas????

Por favor, não tentem me convencer que Nirvana, Oasis, Radiohead,U2, são ou estão à altura de tudo que foi produzido nos anos 60 e 70.

A pergunta é, porque hoje não existem trabalhos à altura?...A duras penas sabemos muito bem que tudo aquilo que a crítica denominava na época como vanguarda nunca foi, na verdade foi um breve instante de lucidez e brilhantismo.

Eu me lembro que nos anos 70, se quiséssemos ter notícias do Yes ou de qualquer outra banda, tínhamos que comprar a colorida e fútil Garota Pop,...Tínhamos menos informação, menos divulgação, menos canais, menos tecnologia, menos tudo,,,,, E a única coisa que sobrava era talento e o amor dos fãns..

Eu não tinha grana pra comprar um disco, mas viajava de trem até Americana em uma loja chamada Heavy Metal para conseguir um disco do Humble Pie.

Então não podemos dizer que é culpa das gravadoras que não divulgam trabalho, pois estamos no século XXI, onde o quarto poder é Comunicação.....

O que vimos, vimos! E jamais voltará a existir....Temos recursos ilimitados para divulgação e tecnologia de sobra........O que falta talvez seja algo que foi inerente de um tempo que jamais voltará...Um tempo que daqui a cem anos ficará marcado como o de maior riqueza e fartura de criatividade em todos os segmentos e vertentes musicais, mas que foi limado por outro movimento que era o oposto de tudo o que amamos....

Pior que o advento do Punk, foi a tentativa de domesticá-lo, e com isso surgiram bandas de butique como Adan and Ants, Classic Noveaux, Alphaville, as "cabeças" como The Smiths e The Cure ( já repararam que o timbre vocal de todas estas bandas são praticamente iguais???)...

O trabalho postado é acima da média, é fabuloso, porque foi calçado sobre verdadeiras obras de arte compostas a 40 anos passados.....

Mas a triste constatação, foi que nesta garimpagem que fiz pela net, também pude ver o currículo de muitos músicos que fazem parte deste post..Músicos espalhados pelo mundo, que em via de regra são formados em conservatórios, faculdades de música, letrados e acadêmicos...Muito estudo, muita educação, muita formação, muito equipamento....

Mas nossos heróis de verdade, vieram da pobreza, da humildade, dos corais das igrejas, dos escombros do pós guerra, de um tempo onde as gravadoras se interessavam apenas por divulgar compactos simples e se davam ao luxo de recusar bandas como os Beatles...De um tempo onde tudo era mais difícil

Jon Anderson...um simples lavador de pratos em um pub que se revesava na pia e no palco para conseguir um espaço, é a melhor forma de ilustrar o que estou tentando dizer.

Hoje as coisas estão muito fáceis demais, muita velocidade...A criatividade das gerações Y, Z, W, e o diabo a quatro cada vez mais são menos exigidas e os reflexos cada vez mais apurados...Resultado quem sabe destes videogames cada vez mais complexos e difíceis de serem vencidos..

Um texto um pouco longo Mano Véio...mas que precisava ser postado!!!!....E pela primeira vez, com um pouco de tristeza!!!!

Do Fundo do Meu Coração

ABRAÇO....FORÇA....SUCESSO!!!!!!!

...e mais uma vez..." Malditos sejam Malcom MacLaren e os Sex Pistols!!!"

Carlos "The Ancient""


Carlão, valeu por tudo.... mesmo!!!!

Aqui em nosso boteco, a nossa cachaça é a música e tudo de bom que ela traz e para mim um dos maiores benefícios que ela trouxe foi poder juntar tanta gente boa em prol da cultura e isso não tem preço......... MUITO OBRIGADO A TODOS!!!!! 

Como eu me considero amigo dos amigos que frequentam este botequim, vou tomar a liberdade de tecer alguns poucos comentários sobre a impressão que tive com deste álbum:

"Meus amigos,

Para mim, este será o melhor álbum de 2012, independente de ser um tributo, cover ou qualquer outra coisa que o valha.....

Produzir um álbum tributo com 26 músicas do Yes, já é um ato de coragem, somado a isso, bandas pouquíssimas conhecidas, mas com um talento inegável e incontestável e como tempero desta loucura toda, músicas de grosso calibre, que não é para qualquer um se meter com elas.... 

Ta certo que algumas pequenas mutilações apareceram, mas totalmente compreensíveis, levando-se em conta pelo menos dois fatores..... O primeiro pela dificuldade natural em executá-las e outro, por se tentar dar uma nova leitura a esses clássicos imortalizados na história da música, o que é muito natural...

Para minha surpresa,eu me deparei com arranjos muito bem elaborados e muito ricos o suficiente para que o código musical do Yes fosse identificado, portanto, a missão desses músicos teve êxito total....

O mais gratificante de tudo isto para mim, é saber que ainda tem muita gente com bom gosto musical, talento e coragem para entrar dentro de uma seara tão complexa e sofisticada como a que permeia a essência de um dos maiores expoentes da música dos anos setenta..... 

É muito bom dias de hoje, poder escutar estas músicas que a décadas eu persigo insistentemente, sem dar trégua um dia sequer e ter a certeza que cada vez mais elas estão vivas e presentes em minha vida.......

Um abraço a todos....

Gustavo"

E o papo continua:


Vou dar uma resposta pro Carlos que recebi décadas atrás: A transição dos 60 para os 70 foi um paradigma, um salto no tempo, não houve tempo pra adaptações e sim foi um tempo de transições.
Transitamos rapidamente do violão de cordasa de arame pra o de cordas de aço, da faluta de bambu pra transversal, das bateras de 4 peças com banquinho mais alto que os instrumentos pra montros de 24 peças como do Neil Peart por ex, e assim por diante um Page mete dois braços numa guita e o woodstock reúne mimhares de pessoas na chuva, na lama, fazendo sexo livre e tomando todo tipo de drogas que pudessem e essas pessoas somos nós ou foram nossos pais. Isso teve um custo, perdemos muita gente boa, morremos cedo, matamos e jogamos as regras pro espaço mas o Paradigma funcionou como funciona a velocidade mácima da Enterprise, ou o teletransporte e qdo nos vimos estávamos dentro do séc 20 vivendo como no 21 e o 21 ficou pra tráz prq ao invés de irmos mais além a geração vindoura se contentou com o que produzimos e foi descansar a sombra do trabalho alheio. Deu no que deu, prq vc ara a terra tantos anos e dá um ano pra ela descansar e depois volta senão não come, eles acharam ou nós que a comida não acabaria, acabou e hoje temos sim gÊnios como antes, só que tão misturados com lixo que esquecem que o lixo que produzimos como Sex Pistols era luxo perto do que se vê hoje.
Produzimos Cream, Sabath, BBKing, Placa Luminosa, Tim Maia, Sá Rodrizx e Guarabira e Elis, Tom e Gil, e etc e tal, e daí seus filhos, os nossos não conseguiram nem sequer se igualar e pouccos como Jason chega aos pés do MOby e qdo o Purple decide parar não tem uma abanda a altura que continue o legado, tem outra como o Govt Mule que nasceu do AB, mas qtas foram iguais?
Paradigma, saltamos no tempo e no espaço, adiantamos 100 anos em 10 e nem percebemos, e agora pagamos por isso.
Enjoy!!!!!!!!!!!!!!!!!





Sou obrigado a concordar com você Véio Dead!!!!!!!!!! O melhor da década de 70 avançou no tempo e foi parar em algum lugar do tempo e espaço e no lugar desse melhor, nasceu o Punk odioso do Sex Pistols que implodiu tudo o que havia sido criado!!!!!!!!

Hoje eu estava ouvindo a canção Circle of Hands do Uriah Heep....Como evoluir uma obra desta???? É empírico, etéreo, atemporal, nasceu pronta e perfeita!!! Aquilo é um mantra cantado por uma diva chamada Davis Byron...Há quem odeie o Uriah Heep, há quem ame....Naquela época você poderia se dar ao luxo de dizer, " Eu não gosto do Uriah Heep, prefiro o Camel, ou o Alan Parsons".....big deal!!!! So What???

E hoje????? É inegável que uma banda como o Uriah Heep já teria naufragado, assim como tudo o que foi produzido nos anos 60 e 70....Os ouvidos desta geração simplesmente não conseguem assimilar o conteúdo e arquitetura musical daquela época...

Estes dias no meu serviço, botei Beach Boys no meu PC para dar uma descontraída....O comentário geral foi "Que é isso????Que porcaria é essa????? Estavam falando de Beach Boys Meu....Uma heresia!!!!

Nós somos de uma geração diferenciada e privilegiada...eu não tenho problema nenhum em ouvir Odair José, Mauro Celso, Incríveis...Ouço Benito, ouço tudo que é bom!!!! E me arrepio com Kickstart my heart do Motley Crue e viajo no som do Gentle Giant.....Ouço Secos e Molhados e Destroyer do Kiss...E posso garantir que os Mutantes é a melhor banda de rock nacional de todos os tempos....Essa é a diferença de nossa geração!!!!!!!!!! Ouvimos de tudo, por isso temos propriedade para descer o cacete naquilo que não gostamos!!! Porque sabemos muito bem o que é lixo!!! 

E como o papo é sobre trabalhos tributos!!!

Deixo esse link abaixo .....é de arrepiar!!!

http://www.youtube.com/watch?v=WPZVXLiZPio&feature=fvsr

ABRAÇO....FORÇA....SUCESSO A TODOS !!!!

Carlos "The Ancient"

Mano Véio!!!! O Buteco pegou!!!! agora é cadeira cativa no seu blog!!!




Carlão, eu fico na torcida para que o buteco cada vez mais, tenha bebuns musicais.......

Abraços,

Gustavo



"Pois é amigo Gustavo, não é que a coisa fica cada vez melhor, com tanta gente boa servindo não dá para não vir aqui beber sempre, suas resenhas sempre foram excelentes e juntou tudo então! Para mim que tenho uma pequena tatoo estilizada do Pink Floyd no braço é uma tremenda alegria que a rapaziada adolescente de hoje quando vê identifica logo, então acredito que o mundo não tá tão perdido! O que é moda passa, só os bons ficam.
Abços José Carlos"


"Bicho,

Eu tô achando isso tudo muito legal, pois começou ao acaso.... sem querer mesmo e no fundo, é uma grande oportunidade para quem lê as resenhas, ver o que acontece na "Bat Caverna" (Comentários)que quase ninguém acessa, até mesmo porque, fica muito escondida......

Eu noto que, nos "comentários", sempre há um material cultural inestimável, pois é mais um "cérebro" pesquisando e/ou contando alguma particularidade que na grande maioria das vezes não está contida na própria resenha e como os acesso a este espaço são poucos, tudo fica perdido.........

O resultado de tudo isto é muito positivo, pois a resenha fica muito mais rica e acho que também serve de estímulo para os visitantes terem um pouco de coragem de deixar uma mensagem com alguma ideia, crítica e etc.......

O "Dead" fez isto também em uma resenha bem recente e ficou bem legal, pois o tema era bem polemico.........

Tomara que esta iniciativa dê certo.....

As bandas dos anos 70 são literalmente emblemáticas e legendárias, portanto, mesmo quando todos os seus membros não estiverem mais entre nós, eles serão reverenciados pelas gerações futuras por muito tempo.....

Não precisa ser nem do rock progressivo dos anos 70..... basta ver o que acontece em um show do AC/DC ou Iron Maiden.... é uma catarse generalizada, todo mundo sai de um show desse de alma lavada e olha que os caras já passaram e muito dos cinquenta anos..........

Você tem razão, nem tudo está perdido....

Abraços,

Gustavo"

Dead or Alive17 de outubro de 2012 15:34

"Tô ouvindo Paradise/Spell com o Shaw nos vocais daqueles tributos anuais que eles fazem e sabe qual a maior heresia? O camêra não sabe qdo o Shaw para de cantar e o Ken começa, fica um vazio nas imagens em busca de algo que o animal do editor não percebeu, o diretor tb não e os caras naõ viram. Ou seja nem quem produz os caras conhece o que tão fazendo e qtos shows vc viu assim? http://www.youtube.com/watch?v=HO4QKduVlvs tá aqui ò com Kem Hensley e tudo mas cade o Lee Kerslake qdo começa cantar? PQP, sta ignorãncia batmam ,rs http://www.youtube.com/watch?v=HO4QKduVlvs"


"Desculpe na pressa esvrevi Ken a primeira vez e Lee na segunda que é o certo, Lee o batera monstro do UH, aí que saudades, e a cena é em 03:05 mais ou menos depois eles se emendam,rs
Enjoy!!!!!!!!!!!!"



"Dead,

Esse show é "du caralho" (não tem outra expressão mais adequada), têm também a participação de "Thijs Van Leer" na música "Tales" que é no mínimo antológica.....
Vale a pena dar uma conferida se você não conhecer... Link: http://youtu.be/3cIBA9MLAJw

Esse é o registro do "The Magician's Birthday Party Live", para comemorar os trinta anos do álbum de estúdio.....

Muito legal você lembrar desse momento....

Abraços,

Gustavo"



"Ops.......!!!!!!! Estamos falando do Heep????? Sem querer descobri que ele é também amado por estas duas figuraças??? Sem querer descobri que não sou o único a ter esse DVD??? Será que dá para alguém postar algo do velho e grande Uriah Heep e assim abrirmos outra sessão no Buteco?????

The Ancient"



"Meu velho,

Nem só de "Prog" vive o homem (sábias palavras roubadas de Roderick Verden)........

Vou preparar algo do Uriah Heep em cima deste show .... aguarde......

Abraços,

Gustavo"

Anônimo18 de outubro de 2012 13:17

Hâ....Er....Ah...Então dá uma dose de Magician's Birthday Party please!!!!!!

The "Ancient"

Dead or Alive18 de outubro de 2012 19:25

http://sommutante.blogspot.com.br/2010/07/uriah-heep-revelations-uriah-heep.html
Serve essa?
rs
Enjoy!!!!!!!!!!!!!!

Gustavo18 de outubro de 2012 20:46

"Bora todo mundo pro SOM MUTANTE encher a cara por lá.... de música, rsrsrsrs"



Tracks:
CD1
01. The Samurai of Prog - Starship Trooper
02. Periplo - To Be Over
03. Aquael - Run Through the Light
04. Zero the Hero - The Fish (Schindleria Praematurus)
05. SETI - Machine Messiah
06. The Opium Cartel - Clear Days
07. Vanilla Project - Heart of the Sunrise
08. Ten Midnight - Tempus Fugit
09. Yessongs - Siberian Kathru
10. B612 - Long Distance Runaround
11. Aurora Lunare - Don't Kill the Whale
12. Greenwall - Onward
13. Yesterdays - White Car

CD2
01. Luca Scherani - Holy Lamb
02. Jay Tausig - Wonderous Stories
03. Raven Sad - Soon
04. Supernal Endgame - Parallels
05. Subterra - Shock to the System
06. Stefano Vicarelli - Mood for a Day
07. Conqueror - Lift Me Up
08. Armalite - Time and a Word
09. Spirits Burning - South Side of the Sky
10. 3r Degree - Going for the One
11. Alessandro Corvaglia featuring Matteo Nahum - And You And I
12. Marco Masoni - Show Me
13. Din Within - Changes


LINK


SPIRITS BURNING - "South side of the sky"  

ARMALITE "Time and a word"



ALESSANDRO CORVAGLIA featuring MATTEO NAHUM "And you and I"

7 de out. de 2012

GENESIS - “Live At Massey Hall” - 1973

Ouvindo este bootleg do Genesis, chamado, “Live At Massey Hall”, gravado em novembro de 1973, ocorreu de imediato um “deja vu”, tendo em vista que recentemente eu havia assistido a uma apresentação da banda teatral de Belo Horizonte, chamada, “By the Pound”, no Rio Prog Festival, aliás, largamente comentada aqui no blog e, então, unir o que escutava com as lembranças recentes do show, foi muito fácil. 

Por mais louco que possa parecer, existem alguns detalhes que valem alguns minutos de prosa, como por exemplo, o fato do cuidado e a precisão “cirúrgica” que o “By the Pound” tem ao executar as músicas, o que os coloca muito próximo dos ídolos setentistas, pois a afinação, o timbre dos instrumentos e até os “vícios” que todo músico tem ao manejar seus instrumentos, foram muito bem apontados e preservados em relação aos originais. 

"By The Pound"
Uma coincidência, se deve a música, “Watcher of The Skies”, que foi usada na abertura das duas apresentações e como se trata de uma música impactante e de forte apelo teatral, ela ficou muito bem sedimentada em minhas lembranças, pois havia sido o primeiro contato que tive com o “By The Pound” e, como a primeira impressão é a que fica, escutar o Genesis e lembrar do show assistido, sem dúvidas, foi uma experiência muito gratificante e interessante. 

Como é muito difícil hoje em dia assistir a bons shows de rock progressivo, pois as poucas bandas que ainda existem, dificilmente pousam em terras tupiniquins, sem contar o fato que os “nossos heróis” estão nos deixando de uma forma ou de outra, o que é muito natural, para quem tinha uns vinte anos no início da década de setenta, então, quando aparece uma banda com disposição e coragem para tocar música de verdade, ao melhor estilo dos anos setenta, ou seja, na base da raça, da garra, da intuição e principalmente valendo-se do talento, eu não consigo me calar, ou melhor dizendo, não consigo ficar sem escrever.

"By The Pound"
Muito bem, agora saindo do presente e voltando ao passado, é possível vislumbrar que estes shows na verdade, eram “Concertos de Rock”, com todo mundo sentadinho em uma confortável poltrona, para então, poder aferir bem de perto a destreza no manejo dos instrumentos e especificamente no caso do Genesis, vivenciar a experiência de uma pequena peça teatral em cada música, pois Peter Gabriel não estava ali para cantar, mas sim para interpretar um personagem, tridimensionalizando o contexto da música e com isso criando um diferencial dentro do cenário musical em relação a outras bandas. 

Uma outra banda que teve coragem para isso, foi o “Grobschnitt”, que promovia verdadeiras orgias musicais por onde passava, com seu rock inteligente e bem humorado que não só conquistou a Alemanha, mas toda a Europa. 

Outra curiosidade deste bootleg é que Tony Banks que tem um estilo de compor e executar suas músicas, muito característico por conta de sua personalidade sóbria, soltou a mão sobre os teclados na parte final de “Cinema Show” dando uma aula de como se deve tocar de um teclado, simplesmente imperdível. 

Este show, provavelmente deve fazer parte da “Selling England By The Pound – Tour”, pois a maioria das músicas deste álbum estão presentes e para coroar ainda mais esta apresentação, temos também, “Musical Box” e “Supper’s Ready”, sem contar na música de abertura “Watcher of the Skyes”, portanto, ficamos a frente de um dos momentos mais importantes da trajetória do Genesis e por conta disto, logicamente recomendá-lo torna-se uma obrigação.

Quanto ao “By The Pound”, eu fico na torcida para que eles tão logo  possam se apresentar novamente, com o grupo completo, da forma que eu ví e ouvi no show do Rio de Janeiro, pois ai sim, quem não teve a oportunidade de assistí-los vai entender do que eu estou falando.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!



Genesis:
Mike Rutherford;
Phil Collins;
Steve Hackett;
Tony Banks;
Peter Gabriel;


Tracks:
Disc1
01 - Watcher Of The Skies
02 - Dancing With The Moonlit Knight
03 - Cinema Show
04 - I Know What I Like
05- Firth Of Fifth
Disc2
01 - The Musical Box
02 - More Fool Me
03 - Supper's Ready


LINK


"Genesis - Watcher Of The Skyes"

 "By The Pound - Watcher Of The Skyes"

2 de out. de 2012

PINK FLOYD - "Atom Heart Of Mother" 1970

Hoje, dia 02 de outubro de 2012, é o aniversário de 42 anos do lançamento oficial do álbum, ”Atom Heart of Mother”, o legendário "álbum da Vaca", obra prima (uma delas) do Pink Floyd  e muito provavelmente o começo de tudo o que representa o rock progressivo que conhecemos, portanto amigos, para comemorarmos a data, nada melhor do que a edição para colecionadores, onde uma overdose de ”Atom Heart of Mother” é oferecida. 

”Atom Heart of Mother” é um trabalho visceral, feito a base de muito sangue, suor e lágrimas, pois reflete o momento da virada de página dentro da banda, que ainda muito emocionada e perturbada pelos acontecimentos que cercavam a vida de Syd Barrett, começava uma jornada em direção oposta a sua vocação experimental e psicodélica, para um novo desafio que começava a ditar conceitos musicalmente eruditos no início dos anos setenta. 

Como a genialidade que esta “nova ordem” exigia, estava nas pessoas e não nos equipamentos e instrumentos musicais, não foi nem um pouco difícil para a banda se adaptar a esta situação, que naturalmente sedimentou-se dentro do grupo e daí por diante, a história do rock foi testemunha ocular de tudo o que foi feito depois de “Atom Heart of Mother”, dentro e fora do Pink Floyd

Apenas para criar uma referência, neste mesmo ano o Yes lançava o álbum “Time and a Word”, para no ano seguinte impressionar o mundo com o álbum, “Yes Album” e o Genesis lançava o álbum “Trespass” para no ano seguinte lançar um dos mais belos representantes do rock progressivo, o álbum, “Nursery Cryme” e com o ELP, não foi diferente, pois seu segundo álbum, lançado em 1971, “Tarkus”, cultuado até hoje, transformou-se em muito pouco tempo em um objeto de desejo de todo o aficionado pelo rock e assim, foi acontecendo com outras bandas esta evolução musical, numa clara mostra dos efeitos provocados pelo revolucionário trabalho do Pink Floyd com a peça, “Atom Heart of Mother”

Este álbum e o tenho como o mais expressivo e o que mais me agrada de toda a extensa discografia do Pink Floyd, apesar de não ser o mais afamado ou mesmo o mais conhecido, entretanto, sua estruturação musical é muito atraente e com o apoio de uma orquestra de metais e de um coro, a suíte “Atom Heart of Mother”, sela uma parceria perfeita entre a música erudita e o rock e, esta miscigenação musical, é responsável direta por boa parte da genética do rock progressivo. 

Eu já perdi a conta de quantas vezes eu possa ter feito alguma referência a este álbum, uma vez que a atração que ele exerce em meus sentimentos é muito intensa e irresistível, portanto, eu estar neste momento me repetindo, não é falta do que escrever, mas sim, uma vontade muito grande em ser apenas mais um fã da banda a reverenciar o trabalho de uma vida inteira de quatro músicos. 

Eles eram muito jovens e com um talento nato para a música, com uma absurda dedicação e determinação em elaborar com a máxima qualidade, peças musicais que muitos até hoje não conseguiram entender a sua essência, mas que de alguma forma assim como eu, sentem uma “atração fatal” em relação à música do Pink Floyd

Além da suíte principal, vale lembrar a linda música, “Summer 68” que foi tema do telejornal "Hoje" da Venus Prateada nos anos setenta, criada por obra e graça de Rick Wright, que não está mais entre nós, mas que sempre será lembrado pelo seu talento e carisma, mas principalmente por sua inestimável contribuição dada à música ao longo de sua carreira, sem dúvidas alguma, um personagem importante da história. 

A engenharia de som deste álbum ficou a cargo de Alan Parsons, uma figura que também é parte integrante da história da musica e que já tinha participado de diversas gravações de álbuns dos Beatles

Neste álbum ele participa ativamente e num futuro próximo, participaria das gravações do álbum, “The Dark Side of The Moon”, gravando o seu nome na história, mas não satisfeito, fundou sua própria banda, “The Alan Parsons Project” e até hoje corre o mundo com sua música. 

Finalizando esta confusa, mas bem intencionada resenha e por estes motivos e vários outros que já escrevi a respeito de “Atom Heart of Mother”,  pois toda a vez que ela aparece em algum bootleg, eu não consigo ficar neutro, eu recomendo muito este álbum, não só aos fãs da banda, mas principalmente a quem nunca teve contato com este magnífico trabalho (será que tem alguém???).

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!


ESPAÇO RESERVADO AOS AMIGOS:



Agora, segue um importante relato de um amigo, Roderick Verden, sobre esta obra que faço questão de agregar a resenha:

"Sua resenha é bem, muito bem intencionada, mas nada tem de confusa, Gustavo.
Este disco é meu terceiro preferido do Pink Floyd.
"Atom Heart Mother" é minha suite preferida(tenho mania de considerar suite, faixas que tem de 15 a mais minutos, se tiver 14:59 , não é suite-rs).

Pelo que li, na internet, David Gilmour e , principalmente, Roger Waters não gostavam do disco. No entanto, li , numa revista, há anos, Wright falando, "nós gostamos do Atom Heart Mother, creio que coisas assim, jamais faremos de novo".

O lado b, com a presença de uma sequência dos três compositores/cantores da banda, é edificante. Primeiro Waters, com a suave, acústica e triste "If"(fitas de efeito e colagem nela?!). Arranjos simples, mas bonitos: a guitarra de Gilmour, o piano e orgão de Wright, a discreta bateria de Mason... a bonita voz de Waters... Ah, e o violão?

"Summer 68" é minha segunda música preferida da banda. O trabalho de Wright no piano é , simplesmente, sensacional. O homem estava inspirado. Pra mim, não há orquestra, nesta faixa,como muitos dizem, penso que Wright tirou aquele som Wagneriano, com múltiplos orgãos(monumental!). Durante muito tempo, pensei que o solo, na parte central da música, fosse de um mellotron, mas, ultimamente, depois de descobrir que Wright chegou a tocar instrumento de sopro, penso que o solo pode ser de trompete. Wright, que dizia não se considerar um letrista, escreveu uma bela(e amarga) letra. Os orgãos múltiplos são dramáticos. O piano melodioso, no final, é triste... e belo! E voz de Wright, simplesmente eu queria ter uma voz igual.rs

"Old Fat Sun" é minha música preferida de Gilmour. Suave, pastoral. Seria uma espécie de ode, ao nosso velho , gordo (e simpático) sol? Perfeita, eu penso. Até os sinos a tocar são bonitos!

E O Psicodélico Café da Manhã de Alan? Coisas assim, pra mim, só mesmo o Pink Floyd poderia fazer: uma canção psicodélica, progressiva, clássica. Gilmour e mais ainda Wright, brilham. Mason faz um bom trabalho na parte final da melodia. Ele e Waters ficam por conta de cuidar do café de Alan.rs

E tem gente que diz que Pink Floyd não é progressivo...

Perdão, Gustavo, me empolguei.rs 

Continuando........

Sorry, eu de novo.rs

Vocês acreditam que "Summer 68" não era tocada nos shows, devido, segundo Wright, ser uma música difícil de se tocar ao vivo? O tecladista disse isso numa entrevista; que ela só foi tocada uma vez em shows. Não acredito. Só se ficasse difícil para Wright tocar piano e cantar ao mesmo tempo."

Continuando..........

"Prezado Gustavo,

Muita gentileza de sua parte. Te agradeço imensamente.

Mas, não sou um bom resenhista, tanto que falei muito sobre as quatro músicas da metade final do disco, mas quase nada disse sobre a suite.

Não sou lá muito chegado em orquestra(prefiro bem mais o mellotron-rs), porém, essa, do famoso disco da vaca, é muito bonita. Não houve excessos orquestrais, aliás o que escutamos são metais, sem conjuntos de corda.
O tema principal é bem imponente. Provavelmente, de autoria de Richard Wright, que, posteriormente, andou compondo temas parecidos, usando o sintetizador imitando trompa.

A parte na qual escutamos um violino(ou viola) solo é maravilhosa, principalmente depois da entrada da guitarra e a adição de piano e o conjunto de metais.

Depois, um orgão, um baixo, e um belíssimo vocal feminino(deveria ser dado crédito para a vocalista), e a adição de um coro misto, soberbo!

Na parte mais movimentada, tipo funky, todos os integrantes do Floyd saem muito bem, em especial Gilmour. Parte que é encerrada com um "raivoso" coro ,que se assemelha a uma ópera.

E pinta o terror, a loucura, com mellotrons e diversos efeitos sonoros.

Logo em seguida, as (bem-vindas) repetições, incluindo a volta do violino solo, para tudo se encerrar solenemente, com a maravilhosa orquestra e o monumental coro.

Mais uma vez, peço desculpas pela empolgação e prolixidade.rs

Bom final de semana!"


Outras impressões sobre este álbum, agora, vindas do nosso amigo, Carlos ¨The Ancient":

"Não dá para comentar esta obra do Pink Floyd, sem antes mencionar os Beatles, é muito importante ressaltar que a miscigenação da música erudita com o então pop rock, aconteceu, devido à incrível capacidade criativa dos Beatles movida pelo inconformismo e busca contínua de fugir do óbvio. Isso deve ser dito e repetido inúmeras vezes, Revolver é definitivamente a “Queda de Constantinopla do século XX”, e os Beatles se quisessem poderiam ser os melhores em qualquer estilo que predominou na década de 70, mas a década deles era verdadeiramente os anos 60.
Isto posto, é importante também lembrar que no final dos anos 60 e comecinho dos anos 70, houve um grande interesse por parte de outras bandas em fazer algum tipo de incursão com a música clássica, o Yes ( já citado pelo Mano Véio ), Uriah Heep, Deep Purple...Creio que foi um movimento/momento, onde os músicos daquela época queriam dizer ao mundo, que dentro do mundo do Rock, existia algo mais inteligente e ousado do que a bandalheira e sacanagem dos “Fuck Stones”....... 

Eu até afirmo que estes trabalhos ficaram até um pouco aquém do que estas próprias bandas irão fazer nos próximos anos, mas serviu – e muito bem – para mostrar que havia sim vida inteligente dentro do Rock.

Se Roger Waters, David Gilmour e Nick Mason entrassem hoje no estúdio decididos a fazerem algo semelhante a Atom Heart Mother, com certeza fracassariam, porque aquela Obra ( e é assim que deve ser chamada) é resultado de um surto de criatividade motivado por um instante na historia, que duvido ocorra novamente Quantas Monalisa existem??? Quantas Nonas existem????...

Cada trabalho é resultado da época em que ele foi criado, e eu discordo quando denominam as “Obras” daquela época como vanguarda....Vanguarda, é quando você faz alguma coisa à frente de seu tempo, e se isso fosse verdade, estaríamos hoje vivendo o paraíso no rock....

Tudo o que aconteceu entre Revolver e Drama, deve ser denominado como Obra de Arte.... E Atom Heart Mother é uma Obra de Arte.

Agora, jamais poderia encerrar esta mini resenha/comentário sem antes colocar estas seguintes observações.

- Mano Véio, suas resenhas são sim muito boas, porque você escreve o que sabe de uma forma que qualquer um que leia saiba e entenda o que você está dizendo...Este é o segredo, escrever o que sentimos de forma que qualquer um, por mais leigo que seja, possa captar esse sentimento...Seu Blog tem além de todos os elementos o mais importante de todos...HUMILDADE!!!!...Tanto é verdade o que estou dizendo, que esta bela resenha sua, despertou o desejo do nosso glorioso Roderik de escrever este rico comentário, porque daqui onde estou, pude ver que ele também escreveu com simplicidade, objetividade, mas acima de tudo....Com Paixão!!!

- Roderick, que bom ler a expressão do seu pensamento...Escreva mais, você tem muito dizer, e suas linhas cumprem de forma sublime este papel....
Mano veio.....Mais uma vez me estendi além da conta!!!! ...Mas acho que Você tá meio acostumado...
A todos!!!

ABRAÇO....FORÇA....SUCESSO


Carlos “The Ancient” 



Como a conversa está muito boa, vamos a mais um capítulo de "Atom Heart Of Mother". Com a palavra, nosso amigo Roderick Verden: 


"Como muito atraso , volto por aqui. Não sei se o Carlos lerá o que direi, mas, de antemão o agradeço muito pela menção da minha humilde pessoa.

Porém, achei estranho do Carlos, citando o Floyd, a banda do tal disco da vaca, não ter citado Richard Wright.

Tenho ciência, que não sou um expert, não passo de um escutador de música. Por mais que eu goste do "Atom Heart Mother", sei que ele é um disco polêmico.
Os discos dessa coisa, chamada Pink Floyd, que tiveram mais aceitação, mesmo com certas polêmicas(e como o PF é polêmico!), foram o "The Piper at Gates Of Dawn" e o "The Dark Side of The Moon".

Adoro Genesis, Yes, ELP, Vander Graaf, mas , penso que com toda competência deles, a gente já sabia o que eles fariam, gravariam de discos a discos, no auge da carreira. Com o Pink Floyd não era assim, embora muitos dizerem que o sou da banda era deja vu.

Mas o Meddle é bem parecido com o "Atom Heart Mother". Eu, particularmente, prefiro o disco da vaca, mas a maioria prefere o disco da orelha, o disco que tem "Echoes". E não estou dizendo que o grupo foi repetitivo, não foi, eu penso. Mas, aí, que digo, que o Floyd fez um disco parecido com o outro, só que não usou orquestra. O grande PF poderia fazer mais discos assim, caso quisesse. Assim, como eu sempre sonhei com um Umaggumma II". Mas, segundo li, os malas desta banda que tanto adoro, não gostaram do disco. E Nick Mason, segundo li na internet, disse que o primeiro disco que o Floyd gravou, sem Barrett, foi o "Meddle".

O consolo foi que um grupo, da Bélgica, se não me falha a memória gravou uma música bem ao estilo de "Atom Heart Mother", Kandahar, postado no blog do Hoffesmantoll."


Pink Floyd:
David Gilmour – guitarra; voz, baixo e bateria em "Fat Old Sun"
Roger Waters – baixo; violão, voz, efeitos de fita e colagem em "If"
Richard Wright – teclado, piano, orquestração, voz em "Summer '68"
Nick Mason – bateria, percussão, edição de fita, colagem, engenheiro adicional em "Alan's Psychedelic Breakfast"


Tracks:CD1: Quadraphonic Tracks
1. Atom Heart Mother 23:24
2. If 04:27
3. Summer ‘68 05:27
4. Fat Old Sun 05:21
5. Alan’s Psychedelic Breakfast 12:59
6. Atom Heart Mother (Live at the BBC ‘70) 24:48

CD2: Alternate Tracks
1. Atom Heart Mother 23:23
2. If 04:27
3. Summer ‘68 05:28
4. Fat Old Sun 05:22
5. Alan’s Psychedelic Breakfast 12:58
6. Fat Old Sun (Live at the BBC Paris ‘70) 14:15
7. If (Live at the BBC ‘70) 04:24



    "Atom Heart of Mother" 
 
 "Summer '68"
   

O vídeo abaixo é maior honraria e consagração que os músicos poderiam receber de seus fãs.

 "Atom Heart of Mother - Alunos do Conservatório de Paris"

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