8 de jun. de 2010

TANGERINE DREAM - "Le Parc" - 1985

Mais uma vez a Alemanha dá a sua contribuição trazendo ao mundo da música eletrônica o Tangerine Dream, fundado em 1967 por Edgar Froese, aliás, único membro remanescente da formação da banda que está na ativa até hoje.

Ao longo dos mais de 40 anos de trabalho, não só sua formação, mas também os estilos da música produzida foram variando, criando fases muito distintas.

Inicialmente a música era experimental, psicodélica e estava extremamente influenciada pela música do Pink Floyd da era de Sid Barett, onde se destacaram os álbuns "Alpha Centauri" de 1971 e "Zeit" que é uma sinfonia eletrônica espacial, produzida em um LP duplo, lançada em 1972.

Em sua fase seguinte, a banda já com uma identidade formada, consegue produzir um material mais acessível, mesmo que, com longas suítes, percebe-se a maturidade alcançada, pois o grupo dá um novo rumo a sua sonoridade sem estar influenciado pelo trabalho de outras bandas.

Este período que vai de 1974 a 1982 é considerado por muitos críticos e especialistas em música eletrônica como a fase de ouro do Tangerine Dream, destacando os álbuns "Phaedra" de 1974 como a obra prima da banda, "Stratosfear" de 1976, "Cyclone" de 1978 que é o único trabalho em que a voz humana foi utilizada e "Force Majeure" de 1979.

A fase seguinte, iniciada em 1983, segue uma linha menos compromissada com um estilo rígido, é bem comercial, chegando a produzir um pop sofisticado, mas em alguns casos com longas suítes que é a característica principal da banda, onde se destacam os álbuns "Hyperborea" de 1983, "Optical Race" de 1988 e "Mars Polaris" de 1999.

Fazendo uma síntese do trabalho do Tangerine Dream (se é que é possível...) ao longo de sua trajetória, são cinquenta e um álbuns de estúdio (é isso mesmo....), doze álbuns gravados ao vivo e vinte e seis coletâneas, ou seja, tem música para tudo quanto é gosto, porque vários estilos estão presentes em seus trabalhos indo dos primórdios da música eletrônica, passando pelo krautrock, rock progressivo, new age até o pop contemporâneo.

Mas a bem da verdade, não é uma tarefa muito fácil escutar a música do Tangerine Dream, pois o experimentalismo está presente em todas as suas fases, mesmo que de forma velada, portanto o ouvinte tem que estar preparado e de mente aberta para poder aproveitar cada momento desta grande obra.

Apenas para ilustrar alguns músicos que passaram pelo Tangerine Dream, cito Michael Hoening, Klaus Schulze, Peter Baumman, Christopher Franke e muitos outros que de alguma forma contribuiram com seu talento para criar a história do Tangerine Dream.  

O álbum postado, "Le Parc", gravado em 1985, que é um dos que eu conheço, foi escolhido a dedo, pois é um álbum de fácil audição, bem amigável, na verdade um convite para instigar o conhecimento de toda a obra do Tangerine Dream e seu link foi obtido no blog TNT, onde é possível acessar a discografia completa da banda, aliás, este blog é passagem obrigatória, tendo em vista às diversas discografias disponíveis por lá.


Track-list:
1. Bois de Boulogne (Paris) (5:07)
2. Central Park (New York) (3:37)
3. Gaudi Park (Guell Garden Barcelona) (5:10)
4. Tiergarten (Berlin) (4:28)
5. Zen Garden (Ryoanji Temple Kyoto) (3:07)
6. Le Parc (L.A. - Streethawk) (2:56)
7. Hyde Park (London) (3:50)
8. The Cliffs Of Sydney (Sydney) (5:20)
9. Yellowstone Park (Rocky Mountains) (6:10)

Link.

"Bois de Boulogne"
"Le Parc"

Um comentário:

  1. Ótima e esclarecedora resenha! Pena q Edgar Froese, um dos músicos mais loucos e experimentalistas(será q existe tal palavra?), se enveredou para o comercialismo, nem tanto assim, q som eletrônico não é para qualquer um. Os bons tempos do TD, foram os anos 70, no entanto, o disco postado é bom. Se não me falha a memória a Clare Torry faz vocal em uma faixa. Tenho o cd.

    ResponderExcluir

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails