12 de out. de 2018

ROGER WATERS - "Allianz Park - São Paulo" - 9-10-2018

Roger Waters no Brasil!!! Mágico!!!! Sensacional!!!! Pena que ele estragou tudo!!!! Eu explico!!! 


No momento mais lindo do show, ele fez uma provocação com a rashtag, “#elenao” e se fosse contra o PT, Lula e cia..., o que para mim não teria a menor diferença, o estrago seria o mesmo para todos que estavam lá.

No mínimo, foi uma atitude irresponsável, pois poderia ter tido consequências inimagináveis em uma arena com pelo menos 40 mil PAGANTES que foram lá como eu, simplesmente para assistir a um show de rock e se divertir um pouco. 

Um clima mágico instaurado pela música e suas imagens projetadas em um telão de quase mil metros quadrados, foi simplesmente destruído por um ato impensado na música mais emblemática e visualmente bonita apresentada naquela noite, “Eclipse” (o vídeo está logo abaixo). 


Ele não conhece a realidade do País, portanto deveria tomar mais cuidado, mas sequer deve ter sido informado pelos organizadores que deveriam ser responsabilizados cível e criminalmente por este lamentável fato que comprometeu todo o espetáculo e como disse, poderia acabar muito mal, caso houvesse um estouro da boiada na pista junto ao palco. 

Uma coisa é estar em um show gratuito (.....cavalo dado não se olha os dentes....) e outra, é ter que pagar quase € 300 por um ingresso e ver um espetáculo em fração de segundos ir para o esgoto, com vaias, muita gritaria e xingamentos, culminando com um RW totalmente constrangido, sem saber o que falar, diante de uma plateia atônita sem saber o que fazer e toda a curtição tão sonhada e esperada, virar subnitrato de pó de merda de forma melancólica. 

Acredito que ele o fez sem pedidos externos e com as melhores intenções dentro de sua ideologia política, pois afinal a crítica foi feita para diversos governantes de outros países e não especificamente para um só, entretanto, eu estranho muito o fato de nomes como “Maduro”, “Evo Morales”, “Fidel Castro”, “Raul Castro” e tantos outros facínoras e ditadores da América do Sul, do Oriente Médio e da África que infernizam a vida de suas populações não façam parte de sua lista negra, mas enfim, assim caminha a humanidade à esquerda. Isto é um fato aqui e lá fora. 

Essa é parte triste do show que incomodou a todos, favoráveis ou não ao seu pensamento ideológico, que eu respeito, mas não posso concordar com a maneira desastrada do jeito que foi feito, pois dali em diante o melhor era encerrar o espetáculo, mas infelizmente para cagar de vez com a noite, novamente ele insiste na narrativa quando tocava “Mother” e a confusão só piorou para ele e para nós que só queríamos unica e exclusivamente o rock.  

Já li muita bobagem sobre o assunto, principalmente de gente que ainda fede a talco no rabinho, dizendo que o Pink Floyd é isso que o RW representa, mas isso é um ledo engano, pois o Pink Floyd é muito mais que isso e, para quem não sabe, RW foi um verdadeiro tirano dentro da banda, basta ler um pouco antes de falar um monte de merda e achar que está lacrando, pois quando muito, está passado atestado de retardado mental ou idiota juvenil. 

Apesar disso tudo, é inegável que ele está em plena forma, como sempre esteve, muito bem acompanhado por sua banda, que aliás cabe ressaltar, todos sem exceção são excelentes músicos e ao fundo com um telão de LED de quase mil metros quadrados que simplesmente hipnotizava com suas imagens psicodélicas, tornaram o show simplesmente irresistível, impossível de não se apaixonar por tudo aquilo. 

A fusão das músicas com as imagens, proporcionaram viagens psicodélicas de primeiro grau, pois esse é o verdadeiro papel do rock, com todos, absolutamente todos, unidos com uma única bandeira, sem divisões, sem preconceitos e principalmente em paz, rolando um rock maravilhoso que encantava e que poderia culminar em um final simplesmente apoteótico, mas infelizmente não aconteceu, com grande parte do público simplesmente dando as costas para o palco ao final da última música e indo embora. 

Independente de tudo o que aconteceu, RW sempre estará presente no imaginário coletivo de todos nós que apreciam a música do Pink Floyd e de seus trabalhos individuais, levando-se em conta que seu talento musical é estratosférico e inquestionável e suas apresentações são sempre muito ricas em áudio e vídeos, tornando-as inesquecíveis. 

Como de hábito, sempre deixo um link para download com o álbum resenhado, mas como não tenho o áudio que ouvi, deixo uma apresentação bem recente, feita em julho deste mesmo ano em Roma que espelha o que foi o show e, algumas imagens e vídeos da primeira noite em São Paulo. 

Para finalizar, que Deus proteja RW e a todos nós em sua turnê pelo Brasil, pois o fato não passou desapercebido para quem foi e para quem não foi aos shows e, certamente muita gente vai para as próximas apresentações com uma pedra na mão (metaforicamente falando) e é imprevisível o que pode acontecer numa situação dessas, pois afinal de contas, os ânimos estão extremamente acirrados no Brasil e até tentativa se assassinato já houve com um presidenciável, coisa inimaginável tempos atrás, portanto todo cuidado é pouco.



PAZ E MUITO ROCK À TODOS!!!! 



 

10 comentários:

  1. Respeito sua opinião, Gustavo, claro. Mas, não curto as apresentações ao vivo de Waters e do Pink Floyd, de 1977 em diante, quando eles tocaram acompanhados de diversos músicos e com a presença constante do coro feminino.

    Roger Waters, pelo que entendo, continua a pensar que nossos maiores problemas são causados por políticos, o que discordo.
    Neste ponto, concordo com um artista, que é hoje é mal visto, Woody Allen, que afirmou que nosso grande problema , não é social, nem político e nem econômico, é existencial.

    Waters ficou estacionado no "The Wall", um disco que se encerra otimista, com a derrubada do muro. O muro de Berlin caiu há anos e continuamos infelizes. Não há salvação para o ser humano, e políticos, sejam democratas ou ditadores, são formas inferiores de vida, da pior espécie, na minha humilde opinião.
    Abraços

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    1. Entendo perfeitamente seu posicionamento e concordo que quando eram apenas os quatro se apresentando, era a forma mais próxima do rock raiz do que hoje do show espetáculo...

      Mas como disse na postagem, o show estava muito bonito e interativo e hoje é essa a nossa realidade e de certa forma encanta os mais jovens.....

      Abraços,

      Gustavo

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  2. Isto sim, é Pink Floyd! Um quarteto super competente!
    Tenho os 15 álbuns de estúdio do Floyd(8 vinis e 7 cds).
    E tenho uns 20(ou mais) bootleg, além de umas poucas coletâneas(tudo em mp3).

    Tenho um bom arsenal de gravações ao vivo do "The Dark Side..." e penso que o disco original deveria ser duplo ou, até mesmo, triplo. Há versões bem diferentes do disco original, sendo que algumas são até melhores.

    Você conhece "The Great Gig in The Sky", sem vocal, mas com a instrumentação idêntica à do álbum original?
    Simplesmente, maravilhosa!
    Pena que a banda não a apresentou ao vivo.

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    1. Meu caro Roderick,

      Coincidentemente a poucos dias, ouvi esta versão de The Great Gig In The Sky e tive também esta mesma sensação....

      Realmente ficou bem diferente e interessante musicalmente falando....

      Eu também tenho diversas gravações de Dark Side Of The Moon bem anteriores ao seu lançamento e com algumas músicas bem diferentes do álbum de estúdio....

      Abraços,

      Gustavo


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    2. Me desculpe, Gustavo, mas postei o comentário no post errado, era pra ser mais embaixo(rs).
      Eu poderia jurar que havia comentando no post do Pink Floyd. Deve ser a idade, afinal 62 years old(rs).
      Foi mal...

      Abraços

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    3. Tranquilo..., estamos em casa!!! E afinal, tudo é Pink Floyd.......!!!!

      Abraços,

      Gustavo

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  3. Gustavo,
    Respeitosamente discordo do seu texto porque Waters foi fiel à sua história. Num um país de democracia jovem e sem uma liberdade de expressão amadurecida, a atitude do músico pode parecer estranha. Se ele correu algum risco em suas apresentações, isso apenas significa que o nível civilizatório do povo brasileiro ainda é muito baixo.
    Antes de tudo, antes de ser um grande e influente músico, ele é um ser humano que compreende o mundo em que vive. Deveríamos aprender com ele.
    No Brasil, quando não se concorda com uma opinião pessoal, costuma-se criticar ferozmente, em vez de parar para ouvir e, quem sabe, compreender melhor o mundo em que se vive. Penso que foi isso que Roger Waters pretendeu.
    É dizer, Waters é o grande artista que é porque se manifestou num momento em que entendeu que deveria. Não foi, em absoluto, um irresponsável.
    Saudações de um grande fã de Waters pelo ser humano que ele é.

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    1. Meu caro, respeito sua colocação sobre a origem e perfil de RW a pesar de ter sido um tirano dentro da banda, entretanto não posso concordar com o fato de um show pago em Euros, e muito caro, virar palanque político seja de que lado for....

      Para isso, tinha que fazer de graça, e a rigor, pouco importa o posicionamento político dele, principalmente por não conhecer a triste realidade que esse País foi deixado.....

      Me desculpe, mas ele foi extremamente irresponsável...., não mediu consequências e ainda teve que passar por uma saia justa não prevista por sua inteligente produção....

      Se vc esteve lá, viu o constrangimento que teve passar desnecessariamente, fora o fato de ter detonado com seu próprio show..... No mínimo lamentável....

      Abraços,

      Gustavo

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  4. Só quem não conhece a verdadeira história de Roger Waters e as suas motivações de sempre, e principalmente desde a morte do pai, é que pode se rebelar contra um espectáculo que sempre foi político.
    O espectáculo em Portugal foi idêntico no seu todo ao do Brasil em contexto político - Trump, Putin, etc..., só não abarcou a menção ao Brasil, e seus candidatos, pois não se sabia, na altura, os problemas que ocorreram posteriormente.
    Mencionar qualquer repulsa por tão fabuloso espectáculo, à posteriori, é dar continuidade e fazer da política uma questão pessoal.
    A musica acima de tudo, sempre.
    Cumprimentos
    David

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    1. Caro David,

      Roger Waters, é uma figurinha carimbada que eu acompanho desde o início dos anos 70 e, sei bem que seu lado emocional por conta de todos os terríveis acontecimentos familiares a que foi submetido o transformaram na figura difícil, mas carismática que é, entretanto tem que haver discernimento e saber muito bem onde se está pisando e em que condições, para não acontecer o que aconteceu.

      Nem ele nem sua produção tiveram esse cuidado, pois transformar um show pago (e muito caro) em palanque político no meio de uma eleição presidencial altamente polarizada, com um ódio nunca visto neste País, é uma atitude totalmente descabida e irresponsável, independente de que lado se queira apoiar, portanto juntar música com política partidária é um negócio que nunca vai dar certo, pois nunca terá um apoio maciço, então independente de qualquer coisa, faltou inteligência e sobrou ideologia.

      Apesar do final trágico e melancólico do show que assisti, minha admiração por sua obra e pela pessoa que é, são inabaláveis.

      Abraços,
      Gustavo

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