26 de jul. de 2015

THE RESISTANCE ORGAN TRIO - "Does Zeppelin" - 2012

Fugindo um pouco da tradicional esfera progressiva, que é minha zona de conforto e da qual sou um frequentador assíduo, vou arriscar um palpite em outras praias musicais e apresentar uma receita de sucesso: pega-se as melhores músicas de hard rock ou blues-rock ou o que queiram, produzidas na década de setenta, criadas pelo Led Zeppelin, adiciona-se um trio de fusion, formado por exímios músicos e tenha como resultado um álbum de primeiríssima qualidade.

Bem, vem logo a pergunta: com músicas do Led Zeppelin é mais fácil agradar, não??? Todas muito conhecidas e muito bem sedimentadas no imaginário coletivo dos povos dos cinco continentes do planeta!!! Claro que não!!! Só sendo muito muito louco ou muito competente para tal  desafio. Acreditem, eles estão inclusos na segunda opção!!!

Imaginem o sacrilégio em suprimir “A VOZ” de Robert Plant destas músicas emblemáticas e legendárias que qualquer moleque de 13 ou 14 anos da atual geração conhece muito bem, fora o fato da guitarra não ter a assinatura de Jimi Page ou o baixo não estar sendo dedilhado por John Paul Jones e a bateria não estar sendo golpeada certeiramente por John Bonham, transformando esse álbum em uma total heresia musical.

Muito bem amigos, estamos diante de uma das mais bem vindas e melhores heresias musicais cometidas nos últimos tempos sobre a obra do Led Zeppelin e o álbum é até bem recente, foi lançado em 2012, mas que burramente passou despercebido por mim.

O álbum foi produzido pelo “The Resistance Organ Trio”, que para este álbum ganhou o reforço de mais dois músicos de peso, Ben Reece no Sax e Adam Hucke no trompete e o batizou de “Does Zeppelin”.

O trio original é formado por Leclare Stevenson nos teclados e baixo, Teddy Presberg na guitarra, sintetizadores e na produção e Kyle Honeycut na bateria, dão forma ao “The Resistance Organ Trio” que corajosamente resolveu desafiar os deuses do rock.

Corajosamente sim, pois é muita petulância reunida em um só álbum, com complexas músicas escolhidas a dedo, sem medo de ser feliz, deixando a intuição fluir livremente de forma bastante natural, revelando a competência de seus músicos que é de botar muita gente boa no chinelo.

Desafiar músicas consagradas como por exemplo, Kashmir; Misty Mountain Hop; Whole Lotta Love; Immigrant Song e Your Time Is Gonna Come, sendo esta última executada de forma mais que brilhante, pois e era uma obra de arte na origem, foi transformada em outra nesta nova roupagem, mostrando personalidade e virtuosismo, sem macular a essência desta música e, por conseguinte das demais músicas também.

Curiosamente, praticamente não há referências sobre este fantástico trio e o que apenas consegui descobrir, é que são de Saint Louis, Missouri, USA e nada mais, pois não tem uma homepage oficial, não estão nem na Wikipédia ou qualquer outro site que pudesse dar mais referências da discografia da banda ou mesmo de seus músicos.

O que se percebe nitidamente é o alto grau de virtuosismo e perfeccionismo destes músicos que realmente de forma muito profissional passaram suas emoções e sentimentos para seus instrumentos e dignamente homenagearam a história do Led Zeppelin, bem como suas músicas, mas principalmente seus fãs com um álbum excepcionalmente intrigante.

Muitos outros já fizeram isto e até com resultados muito bons, mas neste caso, o “The Resistance Organ Trio” foi muito além, pois surpreendeu e encantou de forma até hipnótica, que só é possível entender escutando este álbum, pois é muito difícil explicar um sentimento imensurável, pois é totalmente subjetivo, pessoal e principalmente intransferível.

RECOMENDADÍSSIMO!!!!

The Resistance Organ Trio: 
Kyle Honeycutt - drums
Leclare Stevenson - organ, bass, and pianos
Teddy Presberg - guitars, synths, and production 

Músicos convidados:
Adam Hucke - trumpet
Ben Reece - Sax

Tracks:
01 - Immigrant Song
02 - Trampled Underfoot
03 - Your Time Is Gonna Come
04 - Living Loving Maid
05 - D'yer Mak'er
06 - Whole Lotta Love
07 - Houses Of The Holy
08 - What Is And What Should Never Be
09 - All Of My Love
10 - Babe, I'm Gonna Leave You
11 - Misty Mountain Hop
12 - Kashmir



10 de jul. de 2015

V.A. - "The Best Symfo Rock" - 2015

No mundo do rock, basta a música ser um pouco mais sofisticada com alguns arranjos aparentemente mais elaborados e inteligentes, com algumas surfadas em um sintetizador ou um bom piano, que a música logo é associada ao rock progressivo, que no fundo hoje em dia é um “fetiche” ser associado a ela.

Esta coletânea, “The Best Symfo Rock” é um excelente exemplo, pois nos brinda com clássicos originais do rock progressivo, bem como algumas outras pérolas musicais que foram inseridas com mesma intenção, porém completamente fora do contexto, apesar de serem oriundas de bandas muito boas, boas não, excelentes, mas que realmente passam ao largo do mundo progressivo 

A lista é extensa e eu começo pelo “Queensryche” que eu gosto muito, sendo que eu tenho diversos álbuns, inclusive um de covers muito interessante onde figura até uma homenagem ao Pink Floyd com a música, "Welcome To The Machine", mas longe de flertar com a vertente, pois a tônica da banda é o Metal Progressivo, onde guitarras e a bateria falam mais alto.

Queensryche
Na sequência temos também neste álbum o “Toto”, que é uma puta banda de Pop Rock/Funk Rock com músicos realmente extraordinários, sempre lotando estádios e teatros, pois produzem uma música muito firme e empolgante, mas também, como as demais, muito distantes do rock progressivo.

Toto
O “Styx” que eu tenho um carinho e respeito muito grande pelo seu trabalho, também figura neste álbum, mas sua característica principal sempre foi o Hard Rock e  em alguns momentos, como no álbum "Pieces of Eight" de 1978 utilizaram um church organ em algumas músicas, o que conferiu ares progressivos a sua música, mas nunca foi o foco.

Styx
O “Rush”, uma banda fora de série, realmente teve uma curta fase progressiva no final dos anos setenta, com a introdução de um sintetizador dando um toque mais aristocrático às músicas, acabou parando nas mão de Geedy Lee que além  do vocal, tem o baixo como seu principal instrumento, entretanto a banda sempre teve como essência musical o Hard Rock na veia, produzindo álbuns absolutamente fantásticos.

Rush
Na mesma linha vem o “Uriah Heep” que é uma máquina de sucessos que em dados momentos elabora suas músicas com tamanho nível de detalhes que realmente pode induzir a quem escuta o sentimento que se trata de uma banda de progressivo e a música “July Morning” que está neste álbum é um belo espécime para exemplificar o fato.

Uriah Heep
No meio desta confusão musical, sobrou até para o “Rainbow” do legendário “Ronnie James Dio”, com sua não menos legendária e épica música, “Gates of Babylon”, furiosa e hipnótica por natureza, é um clássico da banda, imortalizada na história do rock.

Rainbow 
O “Dream Theater”, bem que tentou enveredar por caminhos progressivos, mas não é sua vocação nata, fizeram um álbum um tributo ao “Pink Floyd” com a integra de “The Dark Side Of The Moon”, aliás, muito legal e bem feito, mas suas raízes estão no metal, e quando lá estão, mandam muito bem, produzindo belíssimas e estonteantes operas “metálicas”.

Dream Theater
O "Opeth" segue na mesma linha do "Dream Theater", com melodias muito bem elaboradas, enredos sofisticados e complexos com seu DNA voltado para o Metal Progressivo e que em dados momentos realmente cria um vínculo muito forte com o Rock Progressivo.



Estas associações são ruins para o rock progressivo??? Óbvio que não, pois ao contrário disso, só reforça a crença na vertente musical, mantendo sua chama acessa desde seus primórdios no final dos anos sessenta e é no mínimo uma honra ter bandas como às acima citadas, ao lado das demais bandas de rock progressivo.

A rigor pouco importa se banda é isto ou aquilo, pois o que importa realmente é a qualidade da música, a dedicação de seus criadores, o empenho em agradar seus admiradores e fãs, a surpresa de um novo álbum com suas capas cada vez mais loucas e esmeradas, portanto, Hard Rock, Metal Progressivo, Rock Progressivo ou seja o que for, o que realmente conta é o encantamento que todas essas músicas conseguem proporcionar com maior ou menor intensidade dependendo de cada pessoa.

Quanto às demais bandas deste álbum triplo, não há novidades a serem destacadas e logicamente como sempre acontece, muitas outras excelentes bandas ficaram de fora por questões comerciais, entretanto o set list do álbum é muito bom, sendo uma porta de entrada para novos adeptos e uma boa lembrança para os iniciados.


Tracks 
Disc 1
01. Genesis - Firth Of Fifth (9:34)
02. Yes - Yours Is No Disgrace (9:42)
03. Rush - Tom Sawyer (4:33)
04. Marillion - Script For A Jester's Tear (8:39)
05. Manfred Mann's Earth Band - Blinded By The Light (7:04)
06. Asia - Heat Of The Moment (3:50)
07. Pendragon - Paintbox (8:37)
08. Emerson, Lake & Palmer - Lucky Man (4:38)
09. Queensrÿche - Walk In The Shadow (3:35)
10. Styx - Come Sail Away (5:31)
11. Jethro Tull - Nothing Is Easy (4:22)
12. Mike & The Mechanics - Blame (5:18)
Disc 2
01. Camel - Ice (10:13)
02. Kayak - Merlin (7:19)
03. Fish - Vigil (8:42)
04. IQ - Promises [As The Years Go By] (4:31)
05. Rainbow - Gates Of Babylon (6:47)
06. Queensrÿche - Operation Mindcrime (4:47)
07. Angel - Tower (6:55)
08. Uriah Heep - July Morning (10:34)
09. Colosseum - The Valentyne Suite Theme One: January's Search (6:21)
10. Opeth - Fair Judgement (10:22)
Disc 3
01. Rush - Spirit Of Radio (4:58)
02. Dream Theater - Metropolis Part I: The Miracle And The Sleeper (9:32)
03. Arena - The Hanging Tree (7:11)
04. Emerson, Lake & Palmer - Peter Gunn Theme (3:35)
05. Angel - The Fortune (8:39)
06. Styx - Suite Madame Blue (6:31)
07. Mostly Autumn - The Gap Is Too Wide (10:36)
08. Supersister - Present From Nancy (5:10)
09. Focus - Hocus Pocus (6:41)
10. Kansas - Carry On Wayward Son (5:23)
11. Toto - Home Of The Brave (6:49)


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