27 de fev. de 2015

TRION – “Tortoise” – 2003

Este álbum, “Tortoise”, chegou ao meu conhecimento por conta da inspiradora capa, que a principio julguei ser mais uma obra de Roger Dean, o mago do Design moderno, mas para meu espanto, quem assina a capa é Jasper Joppe Geers, que gentilmente dedicou esta arte a sua fonte de inspiração: Roger Dean.

Descoberto o autor da capa, faltava descobrir quem eram os músicos, mesmo antes de escutar o álbum, portanto, cheguei à Edo Spanninga, Eddie Mulder e Menno Boomsma, o trio que forma o “TRION”, produtor de um progressivo sinfônico instrumental muito bom, sem muitas firulas, até certo ponto pragmático e cartesiano.

Com essas características a possibilidade dessa química dar certo é muito grande e é o que realmente acontece neste álbum, pois são faixas bem dinâmicas, lastreadas por temas ricos em nuances líricas, que sustentam o enredo em toda a sua extensão, seja qual for a música.


Um ponto favorável a audição deste álbum é que ele não se parece com nada que já tenha escutado e muito menos tenha alguma semelhança com alguma banda mais marcante e conhecida, portanto ele tem uma dose de ineditismo em seu DNA, conferindo certa singularidade à banda e ao álbum.

Como o grupo faz parte de uma fase do progressivo tardio, pela data de sua criação, podemos classifica-lo como originário da terceira geração do rock progressivo, pois caracteristicamente suas músicas são bem curtas, chegando a um máximo de oito minutos, entretanto, o que se observa é que para este álbum, elas estão na medida certa, facilitando em muito sua audição, principalmente para os ouvintes mais jovens, o que o torna um atrativo.

Este álbum, “Tortoise” é o primeiro de três da banda que é originária da Holanda e seus membros são oriundos de outras duas bandas, o “ODYSSICE” e a “FLAMBOROUGH HEAD” formando este consistente trio que tem como espinha dorsal o uso dos mellotrons, que, aliás, é parte do nome da banda, pois a contração das palavras “trio” e “mellotron” gerou o nome “TRION”, muito criativo não? 

Mesmo ouvindo pouco este álbum, dá para destacar algumas músicas que chamaram a atenção como, “Tortoise”, “The New Moon”, “Jemetrion”, “Tribulation” e “Endgame”, logicamente as com mais duração e fora isso, as que se mostraram mais consistentes e sofisticadas.

O trio é muito coeso, sendo muito bem sustentado pelos órgãos e mellotrons de Edo Spanninga, que consegue criar diversas atmosferas que nas mãos de Eddie Mulder, propiciam solos de guitarra que flutuam com muita facilidade sobre o enredo, sendo muito bem costurados pela percussão de Menno Boomsma, ou seja, diversão garantida, pois é isso que importa.

Eu acredito que quando uma música, seja ela qual for, chega a categoria de “Divertimento”, pois tira o ouvinte momentaneamente da realidade, isto significa que ela atingiu seu objetivo máximo que é encantar o nosso consciente, abrindo as portas do nosso coração musical, portanto, esta feito o convite a todos para este álbum. 


ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!


Musicians
Edo Spanninga / flute, oboe, strings, organ, cello, vibe, Mellotron samples, Elka leslie
Eddie Mulder / acoustic and electric guitars, bass
Menno Boomsma / drums

Tracks Listing
01. Tortoise (5:25)
02. The New Moon (7:59)
03. Hindsight (3:33)
04. Radiation Part 1 (1:27)
05. Jemetrion (6:05)
06. Radiation Part 2 (1:16)
07. The Seagulls (5:53)
08. Hurt (1:47)
09. Tribulaton (7:03)
10. Spectrum of Colours (3:17)
11. Endgame (5:39)

LINK


14 comentários:

  1. Fala Gustavo,

    Excelente dica. Já conhecia este álbum e também Pilgrim, de 2007, que segue a mesma linha instrumental de agradável audição. São trabalhos sem estrelismos ou destaques para nenhum instrumento. São músicos integrados que tocam suas cordas, teclados e percussão, em harmonia e suavidade. Sua dica foi ótima, pois fazia tempo que não ouvia o som desta banda e fiquei curioso quando comentou terem lançado três álbuns. Já estou na caçada ao tesouro do terceiro álbum lançado em 2013, Funfair Fantasy.
    Abraços a todos e muito obrigado por compartilhar

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ricardo,

      Tudo bem meu velho??

      Depois que fiz a postagem é que vi que eu já tinha todos os álbuns guardados em outro HD........

      Este é o link para o seu álbum faltante (Funfair Fantasy): https://mega.co.nz/#!NNgDBJhI!YzCIbv-VhmMdHXCxT90UGnO4RbLaUmlz9O0LMUzVTYk

      Valeu por sua participação.....

      Um forte abraço,

      Gustavo

      Excluir
  2. Valeu, amigo! Vou baixar agora mesmo,
    Forte abraço!

    ResponderExcluir
  3. Grande descoberta! Eu não conhecia.
    Li no Proarchives falar que os oboé, flauta, cello, vibes, escutados no disco, são sons de mellotron. Mas, acredito que não. Tanto que na ficha técnica há vírgulas, e os sons dos sopros e cordas parecem bem originais.

    Adorei o disco. Instrumentação perfeita. Não me lembro de ter escutado um disco em que a presença do oboé-instrumento pouco usado no rock- é tão constante.

    E acho que o Trion deveria ser de outra época. Começaram em 2003, só gravando, até o momento, três albuns. Se a banda fosse oriunda dos anos 70, gravando anualmente, como era comum naqueles bons tempos, poderia nos brindar com ao menos uns oito discos bonitos.

    Na última faixa, marcada com a duração de 5:39, quando chega aos seus 3:18, há um silêncio... aí, no finalzinho, ouvimos um barulho esquisito, tipo um sapo . rsssrss. É assim mesmo?

    Brigadão!
    Saudações!

    Guarda Costas do Xerxes

    ResponderExcluir
  4. Por nos apresentar esta joia rara, deixo uma lembrança pra ti. Não sei se tu conheces. Dorin Norton foi tecladista das bandas Antonius Rex e Jacula, ambas projeto do italiano Antonio Barcotti, que criaram um som bem soturno e sinistro. Já o álbum da Dorin Norton é eletrônico, mas não convencional.

    http://verso-la-stratosfera.blogspot.com.br/2012/07/1981-doris-norton-raptus.html

    Guarda Costas do Xerxes

    ResponderExcluir
  5. Caríssimo Guarda Costas do Xerxes,

    Espero que Xerxes esteja bem guardado por você.......rsrsrssr

    Eu também achei este álbum muito interessante por ter sido produzido tão tardiamente em relação ao progressivo clássico e mesmo assim manter algumas tradições intactas em uma época tão controversa......

    Acredito também que os instrumentos clássicos citados sejam originais pois seu som é bem característico......

    Quanto a Doris Norton, eu não a conheço, alias, estou conhecendo agora, pois já baixei o álbum e estou escutando enquanto escrevo e percebi algo parecido com a música do "AUTOMAT" que é contemporâneo a sua música......

    Bem interessante!!!!

    Um forte abraço,

    Gustavo


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gustavo, o Xerxes é muito visado, provocador, é cheio de inimigos. Mas, ele me paga bem.rsssrss

      A Doris faz lembrar mesmo o Automat, mas há um pouco de guitarra, orgão e violão no disco em questão.

      Desculpe a insistência, mas na faixa End Game, há um silêncio de uns dois minutos, para depois terminar com um ruído?

      Saudações!

      Guarda Costas do Xerxes

      Excluir
    2. Caro Guarda Costas do Xerxes,

      Fico feliz em saber que Xerxes paga bem por seus serviços.....rsrsrsr

      Achei bem legal este álbum da Doris, aliás, um belo presente inédito para fechar o domingão...... Muito bom!!

      Me desculpe em não ter respondido antes, mas eu me distrai .........

      Você tem razão, pois existe um grande hiato silencioso e ao final parece que que há um sapo coaxando........

      Eu não tinha percebido, pois na fase do silêncio eu mudava de álbum ........

      Valeu pela dica.....

      Um bom final de domingo....

      Um forte abraço,

      Gustavo

      Excluir
    3. Grato pela resposta, Gustavo.

      Baixei o segundo e o terceiro, que vc postou no comments, do Trion.

      Valeu!
      Muito obrigado!
      Uma boa semana para você!
      Saudações!

      Guarda Costas do Xerxes

      Excluir
  6. O baterista é bem discreto. O guitarrista e o tecladista mandam no grupo, cujo nome deveria ser Duon, um Camel sem vocal, mas com uso farto de mellotron.
    Ótimo grupo! Gostei mais do TORTOISE. Gostei menos do FUNFAIR FANTASY. A suite FRANK é o ponto mais alto do grupo.
    Grato por interagir, mostrando ainda haver vida no rock progressivo.

    Saddam, aquele que confronta

    ResponderExcluir
  7. Prezado Saddam,

    Obrigado por sua participação e por suas palavras.

    Também achei esta banda bem legal!!!

    Já que você é aquele que "confronta", aproveite este outro álbum do Trion ou Duon como preferir e teça seus comentários se é que já o não fez sobre este outro álbum.

    Link para o álbum "Pilgrim":

    https://mega.co.nz/#!BQQUzSpb!czShzCP_j0Yg2NB1t4qIXTzd1Bfn3LZW4iIoytMns18

    Um forte abraço,

    Gustavo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gustavo, eu já conhecia o Pilgrim. Por isso citei "Frank", suíte de 23 minutos, faixa bônus do álbum.Mas, valeu, muitíssimo obrigado!
      Abraços!
      Saddam, aquele que confronta

      Excluir
    2. Que pena!!!!

      O confronto fica então para uma próxima oportunidade!!!!

      Abraços,

      Gustavo

      Excluir
    3. Mas, ele é ótimo também. No Pilgrim o tecladista toca sintetizador, piano, coisa que não fez no Tortoise.
      E o piloto das teclas , no Pilgrim, não toca oboé e cello(ou o mellotron imitando tais instrumentos), o que fez no Tortoise.
      Enfim, acho o Pilgrim do nível do Tortoise. O que menos gostei foi o terceiro, que, ainda assim, é um grande álbum.
      Abraços!
      Saddam, aquele que confronta

      Excluir

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails