11 de nov. de 2013

V. A. - "The World Of Krautrock Vol. 1 e 2" - 1997/2006

Ao final dos anos 60 na Alemanha surgia um movimento musical, que experimentalmente fundia o rock com a música eletrônica e ficou conhecido como o Krautrock, nome criado a partir de uma referência feita pela imprensa Britânica na época de seu surgimento que a principio foi considerada pejorativa, por conta da sua derivação da palavra alemã, "sauerkraut", que traduzido para o português, torna-se, “chucrute”, entretanto a brincadeira acabou por ganhar forte identidade e passou a nominar oficialmente o estilo musical alemão.

Escutando as bandas ditas de Krautrock, como o Popol Vuh, Ash Ra Tempel, Holderlin, Amon Düül II, Faust, Guru Guru, Birth Control e mais uma enormidade de bandas, é possível entender o processo criativo e o que se passava na cabeça de músicos de bandas mais tardias e que começavam a delinear os primórdios do que viria ser o rock progressivo.

Um bom exemplo é o Pink Floyd, que teve no seu início musical, a sua fase mais louca (psicodélica) agregada à genialidade lisérgica de Sid Barrett, nos permitiram chegar a álbuns espetaculares como, The Piper at the Gates of Dawn, A Saucerful of Secrets, Ummagumma (esse experimental de mais) e até mesmo Atom Heart Mother que é uma obra prima, são álbuns intimamente ligados aos conceitos básicos musicais do Krautrock.

Os álbuns, The World Of Krautrock vol. 1 de 1997 e The World Of Krautrock vol. 2 de 2006, possibilitam uma interessante panorâmica sobre esta obscura vertente musical, que neste dois álbuns são representados pelas bandas, Birth Control, Wallenstein, Broselmaschine, Witthuser & Westrupp, Holderlin, Walpurgis, Guru Guru, Popol Vuh, Floh De Cologne, Broselmaschine, Mythos, Walpurgis, Annexus Quam e Emtidi, que fazem parte da nata do Krautrock.


Particularmente, gostei da banda Popol Vuh e especificamente da música, Im Garten Der Gemeinschaft, pois de alguma forma ela me remeteu diretamente a suíte, “Atom Heart of Mother” do Pink Floyd, talvez por conta de um coral de vozes bem característico, mesmo tendo sido criada dez anos após a suíte Pinkfloydiana

De um modo geral, as bandas e as músicas do Krautrock, representam a síntese de diversas influências musicais e também o sinônimo da quebra de alguns paradigmas musicais, como por exemplo, "vejam o quão rápido podemos tocar", sendo substituído por "vejam o quão longe podemos ir", e realmente com este conceito forma longe mesmo..

A quebra de um paradigma como este, significava simplesmente  a aplicação de um novo conceito filosófico musical, onde a criatividade era colocada acima da velocidade de execução, para a criação de uma música mais viajante e em geral desenvolvida a partir de compassos de 4/4, que são mais lentos e permitem uma melhor percepção da música.

O Krautrock tem algumas particularidades e dentre elas, uma chama muito a  minha atenção, pois algumas bandas, excelentes por sinal, curiosamente só produziram um único álbum em sua carreira e isso eu pude perceber frequentando bastante o blog, PROGROCKVINTAGE da nossa querida amiga, Luciana Aun, que é uma especialista neste assunto e também possuidora de um dos maiores acervos deste gênero musical, senão o maior, portanto quem quiser se aprofundar neste assunto, ai está a dica, pois lá é uma parada obrigatória para aquisição de conhecimento sobre o Krautrock.

Recomendo estes dois álbuns duplos, por serem um bom motivo e um passaporte a adentrar ao mundo do Krautrock e com eles, conhecer uma boa parte das doutrinas que deram origem ao rock progressivo dos anos setenta.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!



01. Work Is Done
02. Lunetic
03. Schmetterling
04. Der Rat Der Motten
05. Requiem Fur Einen Wicht
06. Queen Of Saba
07. Electric Junk
08. Im Garten Der Gemeinschaf
09. Priestess
10. Stop Little Lady
11. Der Lsd-Marsch
12. Marvellous Child
13. Dracula
14. Bo Diddley
15. Mother Universe
16. Just Before The Sun Will

The World Of Krautrock vol. 2

01. When The Night Falls
02. Wir Brauchen Keine Millionare
03. Old Man's Song
04. Golden Antenna
05. Traum
06. Hero's Death
07. Disappointment
08. Space Ship
09. Osmose 1
10. Stone In
11. Braintrain
12. Die Schlusselblume
13. Nossa Bova
14. Garden Of Gold
15. Saat
16. My Last Illusion
17. Waren Wir
18. Die Oberen Zehntausend



13 comentários:

  1. Resenha empolgante, de quem conhece do assunto, escrita com muita elegância. Congratulações! Um esclarecimento= Dracula é do Birth Control? Desconheço de música do krautrock com tal título. Conheço Count on Dracula, do mesmo Birth Control.
    Inté!

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    1. Bom Breu,

      Muitissimo obrigado pelas palavras, mas sou obrigado a confessar que de Krautrock, eu ainda uso fraldas meu velho, pois conheço muito pouco ou quase nada sobre o assunto.......

      Esta música a que se refere, “Dracula”, consta na contracapa do álbum como de autoria de “Bernd Witthuser” que também não conheço........

      O objetivo em postar estes dois álbuns, foi para estressar o assunto que é muito interessante e ao mesmo tempo um tanto obscuro pelo grande número de bandas que tem. e as suas particularidades........

      Valeu pela participação,

      Abraços,

      Gustavo


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    2. Bom dia. Eu conhecia o músico, mas não a música. Depois da sua resposta, conferi no you tube, é folk.
      Count on Dracula, do Birth Control , é um hard de primeira!
      Brigadão!
      Inté!

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  2. Krautrock: música repetitiva e enfadonha, criada por grupos SEM INSPIRAÇÃO, e sem capacidade para compor algo mais "estruturado musicalmente!!"

    A capa dos cd's com uma alegorias as folhas da maconha, é deslocada e tendenciosa....talvez somente sob o efeito de uma
    droga, alguém possa achar conteúdo nesta jostra!!!

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  3. O comentário do anônimo, improcedente, pernóstico e antipático, quase me faz ter veneta. No Krautrock encontramos grupos repetitivos, Popol Vuh, Can, NEU!. Mas, isso não é regra, é exceção. Será que o petiz anônimo já ouviu Emtidi, Birth Control, Wallenstein, Holderlin, Zyma, Mythos e tantos outros ecléticos grupos alemães, que são bem melhores que os norte americanos e nada ficam a dever aos ingleses?
    A música do Guru Guru é insana, mas há melodia , há criatividade e versatilidade, pois eles criaram jazz, bossa nova.
    Não fumo, não cheiro, não levo picada e nem bebo, e adoro Krautrock.
    Se o avezado anônimo conhece os grupos citados e não gosta deles, nem chega a ser bem uma questão de gosto, mas de preconceito.
    Encerro minha pachorrenta opinião, parabenizando o carioca paulista Gustavo pela sublime postagem!
    Agora vou ruar!
    W.W.

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  4. Boa Noite, pessoal.....

    Excepcional postagem....

    Grande inspiração ao comentar a grande quantidade de one shot bands....mesmo com um único álbum, o material sempre foi muito criativo e de RESPEITO e valor.....

    Para os não iniciados, forneço um link para o download do EXCEPCIONAL álbum VIRUS - Thoughts...apesar de terem gravado apenas 2 álbuns de estúdio e um ao vivo, o resultado é devastador.....

    http://myfreemp3.eu/music/Virus+Thoughts+71

    Outro blog muito bom, que visito cotidianamente, é o da minha amiga Márcia Tunes, o

    http://krautrockmaniac.blogspot.com.br/

    Onde temos um IMENSO acervo disponibilizado

    Aproveitem!!!!!

    Quanto a maconha...mesmo Bill Clinton já fumou, mas ..não tragou....kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    "A mágoa altera as estações e as horas de repouso, fazendo da noite dia e do dia noite."
    William Shakespeare

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  5. O acervo da Marcia não chega nem aos pés da moderadora do PRV. São mais de 600 discos, é o maior acervo que se conhece por aí. Creio que só do Tangerine Dream, são mais de 250 títulos.

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    Respostas
    1. Fred, não estamos numa disputa de "quem tem mais",
      apenas sugeri outra alternativa.

      "Aceita o conselho dos outros, mas nunca desistas da tua própria opinião."
      William Shakespeare

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  6. Acompanho o blog constantemente, mas com raríssimas intervenções, mas gostaria de deixar uma opinião honesta e construtiva....

    - acho que o acervo do Blog teria coisas melhores e mais representativas para postar, ao meu ver essa publicação é completamente irrelevante. Pode ser importante para quem é aficcionado por bizarrices, mas fora dos padrões ( que pelo menos conheço) deste blog

    - discutir quem tem maior acervo, foge completamente do tema, e da nova proposta sugerida pelo Gustavo em um de seus últimos posts.

    Stranger in a a Strange Land

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  7. Outra opinião honesta e construtiva: postagem relevante: nem tudo no german rock é bizarro. Como já foi comentado, escute com atenção e sem preconceito, as eficientes bandas alemãs, algumas similares às inglesas.

    Que venha mais German Rock, Gustavo!
    Com louvor, GENTLEMAN ENGLISH

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  8. Menosprezar o rock oriundo da Alemanha, taxando-o de repetitivo, bizarro, enfadonho e incapaz, é o mesmo que afirmar que todo cidadão alemão é nazista.

    Adolfo

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  9. Excelente post! Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Alemanha... em todo canto do mundo se encontra grupos bons de rock.
    Valeu!

    Apátrida

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  10. Bom Breu, anônimo, Wolfgang Wagner, William Shakespeare, Fred Torres, Stranger in a a Strange Land, GENTLEMAN ENGLISH, Adolfo, Apátrida e a todos que anonimamente visitaram esta postagem, gostaria de primeiro me desculpar em não ter respondido prontamente aos comentários, mas compromissos profissionais imprescindíveis me obrigaram ao afastamento momentâneo deste espaço....

    Gostaria também de agradecer a todos pela participação de vocês que é fundamental para complementar e enriquecer as resenhas, pois eu acredito piamente que elas nunca estão completas quando o seu texto se encerra, pois sempre há alguma coisa interessante a ser dita/escrita.......

    Muitíssimo obrigado!!!

    Um forte abraço a todos e até uma próxima oportunidade.....

    Gustavo

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