31 de jan. de 2012

Centenário de José Theodoro Pires Jr.

"Nascia em 07 de dezembro de 1911 um grande homem e no dia 07 de dezembro de 2011, vamos lembrar com emoção o centenário de nascimento do grande cidadão muriaeense José Theodoro Pires Jr. conhecido carinhosamente, por todos como Zé Pires

Foi um homem vocacionado para liderar e, numa época em que ainda não se falava em empreendedorismo, Zé Pires foi daqueles que avançaram em seu tempo, deixando um grande legado, talvez o maior deles, um extenso currículo de exemplos de trabalho, ética e parceria que construíram obras e serviços que ainda hoje estão vivos na memória de muitos. 

Papai, eu me recordo bem do seu jeito comunicativo e alegre, que contagiava a todos, mas era também firme e impositivo em suas ações. 

Com este espírito natural de liderança e boas intenções, como grande muriaeense que foi sempre se preocupou com os meios de comunicação de sua terra, aperfeiçoando-os e procurando fazer o melhor para os seus conterrâneos e amigos.  

Desde 1943 foi Diretor Proprietário da Radio Sociedade Muriaé, a querida ZYD-2. Colaborou ativamente em todas as promoções do “Festival da canção de Muriaé” com sua presença, seu apoio e seu incentivo. 

Foi um dos fundadores da Cia. Telefônica de Muriaé, onde ocupou o cargo de Diretor Superintendente,quando naquela época a telefonia era precária, trouxe a modernidade como telefone automático, de discagem, substituindo a antiga manivela. 

Colaborou com a imprensa escrita da cidade, tendo oportunidade de dirigir um de seus órgãos de publicidade “Gazeta de Muriaé”. 

Foi subdiretor seccional da Liga de Amadores Brasileiros e Rádio e Emissão – LABRE, sediada em Belo Horizonte. Como Rádio Amador operava com o prefixo PY4-ABX – América- Brasil- Xingu. Vereador e Presidente da Câmara Municipal, nos tempos em que o ideal ia além de qualquer salário. 

Em 1946, ingressou no Rotary Club de Muriaé, onde atuou de forma positiva na sua fundação, onde exerceu os cargos de Presidente, Diretor de Protocolo, Secretário e Diretor sem pasta. Posteriormente, grande incentivador do Interact Clube, onde deu início aos intercâmbios estudantis internacionais. Foi Presidente da Associação Comercial de Muriaé, do Nacional Atlético Clube e do Muriaé Tênis Club. 

Estes são apenas alguns exemplos da envergadura de seu trabalho, já que a todo instante nos deparamos com algo que teve a participação de Zé Pires. A ultima delas, foi a conquista do terreno para as obras da Casa da Amizade na Avenida JK. Utilizada hoje por centenas de pessoas, teve o nosso valoroso Zé Pires como homem que tomou frente para a construção deste espaço.

Zé Pires faleceu em 24 de novembro de 1976. A sua morte deixou a nossa família e nossa cidade órfãs do seu empreendedorismo e do seu brilhantismo. Órfãs de um homem que não poupou os seus esforços para melhorar a qualidade de vida de seus filhos e de seus conterrâneos.  

É inegável, como disse, a extensão do ser humano e da obra de Zé Pires, mas certamente ao relembrar o momento em que completaria seu centenário de nascimento, tenho a convicção de que a melhor forma de homenageá-lo seja lembrar da figura carismática e de grande inserção social. Sobretudo, um grande pai.

É desta forma que registro os grandes momentos da vida dele, para dizer da dignidade, trabalho e dedicação de Zé Pires, fato que muito nos inspira. Estímulo, para que nós, filhos, netos e bisnetos possamos dar continuidade ao seu legado e com base em sua história darmos seqüência a sua obra de vida. 

Um dos mais importantes legados deixado por Zé Pires foi a sua coerência entre o seu discurso e sua prática. Durante a sua vida pensou, falou e agiu conforme os seus princípios políticos, ideológicos, religiosos, éticos e morais. Ele foi um ser humano pleno em pensamento e atitude.

O legado deixado por ele, que, embora não tenha sido compreendido pelo seu tempo, hoje é lembrado como um visionário que antecipou as respostas para as quais ainda não havia perguntas. 

Nunca se prestará justa e completa homenagem a José Pires, mas as lembranças, mesmo que agora, póstumas, se constituem em prova inequívoca de que estamos engalanados neste ano em que, se vivo José Pires completaria um século. E eu, com orgulho que tenho de ser sua filha, registro aqui minha comovida recordação.

Hoje, queria poder ter meu velho e querido pai aqui, comigo. Talvez fizéssemos juntos os que não tivemos tempo nem oportunidade de fazer outrora. Poderíamos trocar mais idéias, discutiríamos mais sobre a política – que ele tanto gostava -, passearíamos mais, dividiríamos nossas alegrias e tristezas, ficaríamos mais juntos, mais próximos.  

Muitos anos se passaram, mas lembro-me com muita saudade e carinho do homem mais importante da minha vida, do homem que me ensinou a brincar, sorrir, sonhar, me educou, me amou e lutou, lutou muito, e com muito sacrifício. 

É… Lá se vão trinta e cinco anos de saudades e recordações. Minhas memórias estão bem guardadas e, cada minuto que passei ao seu lado está gravado em minha mente e em meu coração. O orgulho que sinto por ter podido chamá-lo de MEU PAI é incomensurável e inenarrável. Você foi o homem mais importante da minha vida, e eu te amarei eternamente. 

Deixo, aqui, o meu eterno agradecimento por tudo que você fez por mim, por tudo aquilo que você gostaria de ter feito e não pôde, por tudo que você representou na minha vida, por ter feito de mim uma pessoa digna e respeitável, por ter me ensinado a amar e ser amada, honrar e ser honrada… Por ter me ensinado a viver e a crescer. 

Apesar de sua ausência entre nós, hoje só nos resta agradecer sua existência, pelo exemplo de vida deixado pelo homem e pai, que sempre esteve à frente do seu tempo. 

Acredito que a nossa missão seja semear às novas gerações o pensamento, os princípios e as atitudes desse patriarca, a fim de contribuirmos para a construção de uma sociedade mais humana, uma família de estruturas sólidas e para uma Muriaé melhor". 

Obrigada Meu Pai. Eu Te Amo e Te Amarei Eternamente.

Sua filha sempre grata,

Zulnara Pires

O conteúdo desta matéria foi totalmente extraído do site, INTERLIGADO e é de autoria de Zulnara Pires.
Fonte: http://www.interligadonline.com/2011/12/07/historia-centenario-de-jose-theodoro-pires-jr/

27 de jan. de 2012

SUPERTRAMP - "Milwaukee Arena" - 1979

Surpreendentemente tenho notado uma sistemática procura aqui no blog por trabalhos do Supertramp, o que para mim está sendo uma gratíssima surpresa, pois a banda sempre foi considerada pelos “especialistas” no assunto, como o segundo escalão do rock progressivo, o que é um grande equívoco, levando-se em conta que o grupo nunca teve a intenção de produzir ou mesmo produziu este tipo de música em qualquer tempo. 

Algumas referências ao estilo da banda são direcionadas a um pseudo “Art-Rock”, que no meu entendimento, é o equivalente ao “Pop” dos anos setenta, com grupos cantando em coro, com arranjos e letras muito bem elaboradas e uma produção musical impecável, projetando estes grupos internacionalmente, uma vez que este tipo de música era um prato cheio para as rádios FM’s na época, o que acelerava mais ainda a divulgação e a inclusão destas bandas no dia-a-dia das pessoas. 

E neste ponto, o Supertramp saiu na frente, pois realmente são os melhores nesta vertente, que eu incluiria também o “Eletric Light Orchestra”, que tem tendências mais sinfônicas e que nunca chegaram a flertar com o movimento progressivo, mas que comercialmente, fugiam do foco das rádios que queriam músicas mais fáceis de ser escutadas. 

A leitura que faço disto tudo, relativo ao Supertramp, é que a banda foi injustiçada a vida toda, pagando por um crime que nunca cometeram, ou seja, taxados por muitos como uma banda de rock progressivo, quando na verdade faziam um elegante e sofisticado Pop que cativava o ouvinte de primeira, com belíssimas canções, que hora, eram mais ou menos dançantes, mas em geral eram lindas baladas que fizeram a trilha sonora da juventude de muito marmanjo. 

Então, para justificar o blá blá blá dos parágrafos acima e matar um pouco a saudade que esta banda deixou, nós temos o bootleg, “Milwaukee Arena”, gravado em uma audição da banda em março de 1978, nos EUA, trazendo um elenco de músicas que é o melhor já havia sido produzido até então. 

A banda nesta apresentação contou com a formação dos quatro últimos álbuns de estúdio anteriores ao show, que são “Crime of the Century”, “Crisis? What Crisis? ”, “Even in the Quietest Moments” e “Breakfast in America”, que reúnem uma boa parte das melhores músicas da discografia da banda, uma vez que ainda iam produzir até a metade da década de oitenta um outro álbum muito bom chamado, “... Famous Last Words..., porém os outros álbuns que vieram depois, já não tinham mais a mesma força criativa que sempre guiou os caminhos da banda. 

Um fato que chama muito a atenção na obra do Supertramp como um todo, é que seus álbuns têm um poder de atração muito forte em praticamente todos os álbuns, o que é difícil de acontecer, e este sentimento eu sinto muito presente nos que foram lançados entre os anos de 1974 a 1982 e é fato que, realmente eu os escuto da primeira a última faixa sem ter aquela vontade de pular uma ou outra música. 

Desta farta seleção musical, eu destaco, “Give A Little Bit”; “Dreamer”; “Another Man’s Woman”; “School”; “Sister Moonshine”; “ From Now On....” e “A Soapbox Opera”, que são as que mais eu me identifico, mas a rigor todas as músicas sem exceção são muito boas eu gosto muito. 

Finalizando, “Milwaukee Arena” é uma boa oportunidade para se ter contato com uma música de fácil aceitação, sem ser banal, mas com um conteúdo artístico muito forte, que com certeza vai agradar a quem não conhece o trabalho da banda e para os familiarizados com o grupo, vai trazer de volta um delicioso passado. 

ALTAMENTE RECOMENDADO !!!!

Band:
Rick Davies: Keyboards & Vocals
Roger Hodgson: Guitars, Keyboards & Vocals
Bob Siebenberg: Drums
John A. Helliwell: Sax, Woodwinds & Vocals
Dougie Thomson: Bass


Tracks:
Disc 1
01 School
02 Ain’t Nobody But Me
03 The Logical Song
04 Goodbye Stranger
05 Sister Moonshine
06 Oh Darling
07 Hide In Your Shell
08 From Now On....
09 Child Of Vision
10 Even In The Quietest Moments
11 A Soapbox Opera


Disc 2
01 Asylum
02 Give A Little Bit
03 Bloody Well Right
04 Breakfast In America
05 Dreamer
06 Rudy
07 If Everyone Was Listening
08 Another Man’s Woman
09 Fool’s Overture (cuts at start)
10 Two Of Us
11 Crime Of The Century


LINK


"Crime Of The Century"

"Give A Little Bit"

25 de jan. de 2012

YES - "Moments Delight" - 1977

Mais uma vez, às voltas com Yes, paixão incondicional, pelo menos minha, agora, é em uma turnê mundial para a divulgação do álbum “Going for the one”, realizado em 1977 na França, em um show que marcava a volta de Rick Wakeman aos palcos juntamente com o Yes

O álbum de estúdio, “Going for the one” para mim é emblemático, pois não só, traz a volta do mestre dos teclados à banda, bem como retoma uma trajetória de criatividade e coragem existente na primeira metade da década de setenta. 

A música “Awaken” é prova contundente disto, pois se trata de uma belíssima suíte, com mais de vinte minutos de duração que simplesmente ignora qualquer doutrina comercial vindas das gravadoras, sendo talvez a ultima grande composição da banda e do rock progressivo como um todo. 

A música, ”Parallels” é outra que merece um destaque, pois foi originariamente executada em uma igreja na Suíça, onde os mellotrons foram substituídos por um grande “Church Organ” para que musique obtivesse tivesse a grandiosidade desejada e parte de Awaken, também sofreu este tipo de tratamento. 

“Going for the one” mais parece uma composição feita pelo Led Zeppellin (o que seria uma honra)  e não pelo Yes, dada a sua estrutura musical e pelo tipo do timbre de guitarra, nada comum para os padrões que Steve Howe normalmente emprega, chegando a chocar um pouco quando do seu lançamento, mas facilmente absorvida e contextualizada nos padrões musicais que começavam a migrar em outras direções ao final da década de setenta.  

“Wonderous Stories” é uma bela melodia, que segue os padrões de estilo da música “Time and a Word” que nos remete aos primórdios da banda, sem estar sendo antiquada, mas acima de tudo, demonstrando a maturidade que banda já havia atingindo até então e simplesmente incluir ao meio de músicas tão extremas e complexas uma música como esta. 

“Turn of the Century”, apesar de ser bem curta, nos leva de certo modo até “You and I”, que é a coroação da inteligência e do bom gosto musical, pois carrega em sua essência a aura de um passado brilhante. 

Em termos gerais este bootleg, "Moments Delight", oferece momentos líricos, pois além trazer em sua totalidade, o álbum, “Going for the One”, traz também, ”Close to the Edge”; “And You and I”; “Nous sommes Du soleil”; “Starship trooper” e “Roundabout” entre outras, que com certeza vão preencher seu tempo. 

O álbum é muito convidativo naturalmente pelo seu set-list e por estar com uma gravação de boa qualidade, mas acima de tudo, por registrar uma das melhores momentos do grupo nos palcos do mundo, uma vez que o hiato de tempo ocorrido a partir do final da “Relayer Tour”, onde todos os membros remanescentes correram para suas carreiras “solo”, deixando de certo modo o Yes de lado, o que por algum tempo, veio a  deixar uma enorme nação de fãs órfãos de seus trabalhos no palco e nos estúdios. 

Mas este tempo era necessário para o grupo, pois apesar do enorme sucesso de “Relayer”, existem alguns fenômenos inexplicáveis das relações humanas, que mesmo sob o peso de um conflito maior e de divergências internas, as coisas fluem com naturalidade no momento certo e na composição do DNA do Yes, Rick Wakeman é um importante elemento, portanto, o seu retorno ao grupo representou um sinal de saúde e continuidade para a banda, que mesmo com todos os problemas que enfrentou no passado e ainda enfrenta até hoje, se mantém na ativa. Vida longa ao Yes!!!!! Sempre!!!!

RECOMENDADÍSSIMO!!!!

Lineup:
Jon Anderson  (Vocals)
Steve Howe      (Guitars)
Chris Squire      (Bass)
Rick Wakeman (Keyboards)
Alan White       (Drums)


Tracks:
Disc One:
01. Opening
02. Parallels
03. I`ve seen all good people
04. Close to the edge
05. Wonderous stories
06. Colors of the rainbow
07. Turn of the century
08. The tour song
09. And you and I
10. Cosmic mind jam-going for the one
Disc two:
01. Prelude to awaken
02. Awaken
03. Roundabout
04. Nous sommes du soleil
05. Starship trooper
06. Nous sommes du soleil
07. Yours is no disgrace
08. Roundabout



"Opening / Parallels"

"And you and I"

20 de jan. de 2012

RENAISSANCE - "Prologue" - 1972

Muito bem, estamos no ano de 2012 eu neste exato momento estou escutando um álbum de 1972, chamado, Prologue, isso mesmo, do Renaissance, já com a voz de anjo de Annie Haslan

Mesmo tanto tempo depois, exatos quarenta anos, a emoção de escutá-lo, ainda é a mesma de quando ainda era um moleque de uns quinze anos, tentando descobrir qual era a minha tribo e qual segmento do rock eu deveria seguir e de repente eu me deparo com uma voz feminina, um tanto incomum em um cenário predominantemente de machos, foi uma loucura total. 

Não só a sua voz hipnotizava (isso até hoje), mas sua beleza física impressionava muito, pois era uma linda jovem de cabelos loiros, que carregava um belíssimo sorriso cantante, que cativava a mais bruta alma, não tinha escapatória, e para ser bem franco, continua não tendo. 

Annie Haslan tem uma voz única, assim como, Jon Anderson, ou seja, coisa de uma força superior, um Don dado pelos deuses da música que, invariavelmente, resolvem premiar algumas poucas pessoas, transformando-as, não em astros do rock, mas em entidades musicais humanas, que por todo o sempre irão nos encantar, pois estão acima do bem e do mal e foram premiadas com esta missão aqui na terra. 

Pode parecer um pouco de loucura ou mesmo fanatismo de minha parte em criar alguns eufemismos ou factóides em torno de um álbum, uma banda ou mesmo de um músico isolado, mas eu não consigo escutar um álbum como este e não pirar (no bom sentido), mesmo já tendo escutado um sem número de vezes, portanto, me desculpem, mas eu não me furto da oportunidade em elevar estas figuras aos mais altos patamares da glória. 

O álbum Prologue, é uma obra prima que, impressiona muito, logo na primeira faixa, que leva o nome do álbum, pois, John Tout simplesmente “detona” com seu piano e o nosso anjo loiro com sua voz que mais parece o som de um Mini-Moog nas mãos de Rick Wakeman, tiram o fôlego de qualquer um. 

Em seguida temos a música, “Kiev” que é uma obra de arte, para então sermos mais uma vez hipnotizados, agora por uma sereia em “Sounds of the sea”, que é mais um show à parte de Annie Haslan

Uma Ode ao amor é o que melhor define a linda música, "Spare Some Love", talvez a mais simplória de todas, mas muito longe da banalidade, para então chegar à melodiosa “Bound For Infinity” que prepara o coração para música, ”Rajah Khan”, que têm forte apelo oriental, assim como “Kashmir” do Led Zeppellin, que por sinal, é lindíssima também e sempre que eu escuto uma delas, sempre me lembro da outra, mas isso são coisas de uma mente que diariamente se alimenta deste tipo de música. 

A bem da verdade, este álbum eu estou postando apenas pelo prazer de tê-lo aqui no blog, pois já deve ter sido postado um zilhão de vezes em vários outro blogs e também pelo fato de ser mais uma oportunidade que se abre para ele ser achado por quem está atrás de música com a mais alta qualidade.

RECOMENDADÍSSIMO!!!!

Musicians:
Jon Camp / bass, tamboura, vocals.
Annie Haslam / lead vocals, percussion
Rob Hendry / guitars, mandolin, chimes, vocals
Terry Sullivan / drums, percussion
John Tout / keyboards, vocals

Tracks:
01. Prologue (5:39)
02. Kiev (7:39)
03. Sounds of the sea (7:09)
04. Spare some love (5:05)
05. Bound for infinity (4:17)
06. Rajah Khan (11:14)


"Prologue"

"Rajah Khan"

15 de jan. de 2012

JETHRO TULL - "Tullbox" - 2009

Estamos aqui no Brasil, vivendo a era “Michel Teló” e sua “Ai se eu te pego”, com uma letra de duplo sentido, bem duvidosa, acompanhada de uma coreografia semi-pornográfica que já se espalhou por todos os continentes e, portanto é o hit do momento e com certeza do próximo carnaval. 

Por quanto tempo, este tipo de música consegue se sustentar??? Será que após o carnaval ela vai virar um, “Rebolation chon chon” do “Parangolé” e definitivamente desaparecer do mapa, juntamente com seu criador que em um raro momento de distração e inspiração, consegue "parir" uma pseudo-música temporária como esta??? 

Eu acredito que sim, pois a atual crise musical que vive o Planeta está espelhando esta situação não só aqui no Brasil, mas em diversos outros países que também estão passando por esta crise de identidade artística, onde o que vale é uma letra que fale de alguma sacanagem de cunho erótico, acompanhada de um ritmo dançante também erótico, mas isto não é um privilégio do nosso “brega tupiniquim”, pois o Pop internacional está fartamente servido deste mesmo material onde o “Cetro” é passado todo ano de mão em mão para a bola da vez, dependendo do tamanho da bunda ou  do biquini que é usado para as apresentações. 

Voltando a nossa esfera, que é muito diferente deste universo dos parágrafos acima, vem um questionamento que às vezes incomoda um pouco, que é a possibilidade de estar parado no tempo e não estar conseguindo acompanhar as novas tendências musicais, mas por outro lado, a educação musical que eu tive, era com bandas de rock que transformavam “clássicos” da música clássica em rock. 

Que tremenda ousadia, que coragem, mas acima de tudo, que talento, que levava a loucura quem estava assistindo ou mesmo apenas ouvindo e estas sim, “Pérolas” musicais que até hoje, mais de quarenta anos depois, são encontradas à venda em quaisquer casas do ramo e em sites da internet. 

Não é um fenômeno, é apenas por terem um berço, uma origem e ser uma referência de uma época em que a criatividade, a inspiração e o talento individual e/ou em grupo eram a principal matéria prima, pois não havia espaço para material descartável. 

O rock, assim como a música clássica, foram feitos para ficar, já estão imortalizados e serão ainda muito apreciados por boa parte das novas gerações que sucederão à atual e assim por diante, que ao descobri-los, serão instintivamente cooptados pelo poder de atração e os encantos que uma boa música têm. 

Eu entendo que este falatório todo é um saco para quem escreve e mais ainda para quem lê, mas infelizmente é necessário para justificar o porquê de postar uma coletânea, intitulada “Tullbox”,  montada pelo blog Baistophe que é especialista em montar coletâneas com muito cuidado e esmero.

Obviamente estou  me referindo ao Jethro Tull, onde em três CD’s, está depositada a história de um dos vários fenômenos musicais que surgiram na década de setenta e que até hoje se mantém na ativa, conquistando novos adeptos. 

A história da banda está distribuída pelas quarenta e nove músicas, começando a viagem pela louca “A Song for Jeffrey” que é um hiper clássico do Tull, passando por “Aqualung”; “Cross-Eyed Mary”; “Locomotive Breath”; “Thick as a Brick (extract)”; “Skating Away on the Thin Ice of a New Day”; “Minstrel in the Gallery”;” Songs From the Wood”, “One Brown Mouse”; “Fylingdale Flyer”; “Broadsword” e mais uma penca de músicas que com certeza vão trazer deliciosas lembranças. 

Comentar qualquer coisa a respeito do Jethro Tull é gastar teclado à toa, portanto, a única observação que me atrevo a fazer é que a diversão está garantida com este álbum, pois só tem clássicos que há muito tempo são a trilha sonora dos nossos sonhos. 

PS: Enquanto escrevia esta resenha, ao mesmo tempo estava fuçando no blog de um “amigo Lobo”, O Som Mutante e lá, está postado uma raridade do “King Crimson”, o álbum, "In the Court of the Crimson King" (40th Anniversary Edition Box set 05 discs), ou seja, é imperdível, não deixem de fazer o download.

Band:

Tracks:
CD1:
01. A Song For Jeffrey
02. A New Day Yesterday
03. Fat Man
04. Reasons For Waiting
05. With You There To Help Me
06. To Cry You A Song
07. Love Story
08. Aqualung
09. Cross-Eyed Mary
10. My God
11. Locomotive Breath
12. Wind Up (Quad. Version)
13. Wond'ring Again
14. Life Is A Long Song
15. Thick As A Brick (extract)
16. Critique Oblique

CD2:
01. Magus Perdè
02. War Child
03. Back-Door Angel
04. Skating Away On The Thin Ice Of A New Day
05. The Third Hoorah
06. Minstrel In The Gallery
07. One White Duck / 0^10 = Nothing At All
08. Quizz Kid
09. Salamander
10. The Chequered Flag
11. Songs From THe Woods
12. The Whistler
13. One Brown Mouse
14. Heavy Horses
15. Conundrum
16. Quatrain

CD3:
01. Dark Ages
02. Dun Ringhill
03. Fylingdale Flyer
04. The Pine Martin's Jig
05. Broadsword
06. Cheerio
07. Jump Start
08. Part Of The Machine
09. A Christmas Song
10. Another Christmas Song
11. Still Loving You Tonight
12. Like A Tall Thin Girl
13. Valley
14. Wounded Old And Treacherous
15. Hot Mango Flush
16. El Niño
17. A Winter Snowscape


"Cross-Eyed Mary"

"Skating Away On The Thin Ice Of A New Day"

"Broadsword"

11 de jan. de 2012

CAMEL - “Golders Green”¨- 1977

Quanto mais nos distanciamos da década de setenta, mais ela é presente e imprescindível para saciar nossa sede de elementos musicais de qualidade, tendo em vista que as décadas subsequentes não conseguiram produzir um material que pudesse se manter vivo por tanto tempo. 

Digo isto sem pensar apenas no rock progressivo, mas no rock em geral, pois bandas como o Led Zeppelin, Deep Purple, Uriah Heep, Iron Maiden e tantas outras excelentes bandas que são escolas a serem seguidas, curiosamente por razões não muito precisas e/ou desconhecidas, não tiveram bandas seguidoras no mesmo nível artístico, capazes de desbancá-las ou mesmo a igualá-las. 

O movimento Grunge surgiu no finalzinho da década de oitenta, talvez a única coisa boa daquele período no cenário internacional, firmando-se a partir dos anos noventa, fazendo um estardalhaço danado, mas agora está reduzido a praticamente nada, ou seja, “Pearl Jam”, “Red Hot Chilli Peppers” e algumas poucas bandas que não lembro o nome agora, mas sem o mesmo gás do passado, já cheirando a mofo pela inconsistência musical. 

Por outro lado, curiosamente, tudo que envolve o final dos anos sessenta e propriamente dito os anos setenta, de alguma forma se mantém intacto, preservado, principalmente muito respeitado e em alguns casos mais extremos, idolatrados, inclusive por pessoas que não viveram o momento, gente muito jovem que são atraídas por uma sonoridade complexa e teatral, que para os padrões do atual cenário musical são totalmente incompatíveis, mas a rigor é  oque está acontecendo. 

Não posso negar que atualmente há uma expectativa em se resgatar o clima psicodélico/progressivo dos anos setenta, isto é fato, pois algumas bandas absolutamente desconhecidas para mim, como, “The Danglers”, “Quantun Sphere”; “Verbal Delirium”; “Heroine”, “Absente H”; “Agora Forte”; “Nevada Arcana”; “Intensity” e “Frost Valley”, têm seguido o meu perfil no Twitter, onde apenas divulgo o que é postado aqui no blog, inclusive me mandando links com as músicas, sendo até algumas bem interessantes, com valor agregado, numa mostra direta do que alguns jovens estão esperando do futuro da música. 

Todo este “imbróglio”, apenas para tentar entender o sentido da existência de tantos blogs voltados para o rock progressivo, onde a tônica é divulgar álbuns de um passado tão longínquo, chegando a alguns casos, com mais de quarenta anos de lançados, mas com a expressividade e a jovialidade de um novo álbum e o porquê de cada vez mais o numero de adeptos desta modalidade musical cresce, mais isso é um tema muito complexo e merecedor de uma pesquisa mais profunda, portanto vamos ao que realmente interessa. 

Se há uma banda muito querida de todos, esta é sem dúvidas o Camel, que é um grande representante, que o cenário progressivo da década de setenta teve e para tanto, trago o álbum, “Golders Green”, gravado em outubro de 1977 no Hippodrome em Londres, com sua formação praticamente intacta, apenas acusando a saída de Doug Ferguson e a entrada de Richard Sinclair

O Camel não necessita de muitas apresentações ou mesmo explicações de como atua, uma vez que, é de conhecimento geral o seu “modus operandi” nos estúdios e nos palcos, mas cabe resaltar a importância da banda no contexto internacional, por apresentar um trabalho muito bem elaborado e muito generoso para quem o aprecia. 

Acredito que o Camel, tenha sido a banda que conseguiu apresentar o rock progressivo de uma maneira mais simplificada, mas, contudo, sem comprometer os seus diversos dogmas e principalmente por não ter banalizado o estilo ou mesmo sem ter criado um subgrupo dentro do movimento. 

Este álbum faz um rápido passeio pela trajetória da banda, com exceção do legendário emblemático álbum, “Mirage”, obviamente focando as atenções para divulgar o álbum “Rain Dances”, que por sinal é mais uma excelente cria da banda. 

A dupla Bardens/Latimer é no mínimo sensacional e este álbum prova isto com a maior facilidade, portanto por esta dupla e pelo conteúdo deste álbum, não resta alternativa senão recomendá-lo muito a todos que realmente gostem de uma música diferenciada.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Band:
Richard Sinclair:  Bass, Vocals
Andy Ward: Drums, Percussion
Andy Latimer: Guitar, Flute, Vocals
Peter Bardens: Keyboards
Mel Collins: Saxophone, Flute



Tracks:
01. First Flight
02. Metrognome
03. Unevensongs
04. The Snow Goose
05. Highway of the Sun
06. Lunar Sea
07. Never Let Go
08. One of these Days I'll Get an Early Night


LINK

"Highway of the Sun"

"One of these Days I'll Get an Early Night"

"Never Let Go"

8 de jan. de 2012

JON ANDERSON - "Songs of Seven" - 1980

A magia que envolve tudo o que diz respeito ao trabalho e a pessoa de Jon Anderson está intimamente ligada a sua despretensão em ser mais importante que a própria música, mas, sobretudo principalmente pela simplicidade com que faz o seu trabalho. 

Em 1976, ele lançou “Olias of Sunhillow”, uma mega obra prima que carregava a grandiosidade de “Tales From Topographic Oceans”, mas no fundo, era de uma simplicidade Franciscana, com cânticos xamânicos e percussão com tendências orientais, formando um dos mais belos cenários musicais do rock progressivo. 

Seu segundo álbum, “Songs of Seven”, gravado em 1980, é um conjunto de belas canções que acompanham uma linda suite que lava o nome do álbum, que é uma viagem literal a outra dimensão musical e como de costume, leva sua marca registrada, a simplicidade. 

Não há quem resista a “Songs of Seven”, pois há um acolhimento natural de sua melodia e de sua letra, que lembro que na época de seu lançamento eu não sabia praticamente nada de inglês, mas o que se escutava era muito bom de escutar, dava prazer, gerava um sentimento muito positivo mesmo sem saber o seu significado. 

Toda a obra de Jon Anderson, ou melhor, tudo o que faz, provoca em mim este mesmo sentimento de bem estar, pois mesmo em sua diminuta figura em um palco, parece um gigante, pois o seu semblante transmite uma serenidade muito grande, sua inimitável voz, é simplesmente hipnótica, um comando para o cérebro desestressar de qualquer incômodo e por alguns momentos embarcar em uma viagem com direito à volta, a uma realidade um pouco menos cruel e agressiva. 

Neste álbum, Jon Anderson veio acompanhado de alguns nomes bem conhecidos no meio musical como, “Ian Barinson” e “Chirs Rainbow”, que fizeram diversos trabalhos com Alan Parsons, e “John Giblin”, um baixista de primeiríssimo time, que entre outros, trabalhou com Peter Gabriel, John Lennon, Paul MacCartney, Alan Parsons e Fish

Como é uma figura muito “família”, Jon Anderson, convocou para este trabalho, “Deborah Leigh Anderson” sua filha e “Damian James Anderson”, seu filho para engrossar o time dos teclados. 

Para mim os destaques do álbum, fora a música título, são, “Some Are Born”, “For You For Me”, “Everybody Loves You” e “Don't Forget (Nostalgia)” que como disse logo no início da resenha, são belas canções que emocionam e cativam o coração.
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Musicians:
Jon Anderson /vocals, keyboards, acoustic guitar, harp
Ronnie Leahy / keyboards
Ian Barinson / guitar, bass, vocal
John Giblin / bass
Morris Pert / drums, percussion
Christopher Rainbow / vocals

Damian James Anderson -- Korg keyboards (5), countdown and countup (9)
Deborah Leigh Anderson -- harmony (5)
Petite Jade Anderson -- countdown and countup (9)
Jack Bruce -- bass (4)
Clem Clemson -- guitar (4,9)
Johnny Dankworth -- alto sax (3)
Delme String Quartet -- strings (9)
Mel -- bass (5)
Dick Morrisay (sic) -- sax (2,4)
Dave Ogden -- string arrangement (9)
Simon Phillips -- drums (4)
Mike Dunne -- engineer
Brian Gaylor -- electronics
John Martin -- coordination and instruments



Tracks:
01. For You For Me – 4:24
02. Some Are Born – 4:04
03. Don't Forget (Nostalgia) – 2:59
04. Heart Of The Matter (Anderson, Ronnie Leahy) – 4:19
05. Hear It – 1:48
06. Everybody Loves You – 4:01
07. Take Your Time – 3:11
08. Days – 3:29
09. Song Of Seven – 11:16


LINK
"Song Of Seven"

"Everybody Loves You"

3 de jan. de 2012

“The Best Known Works of Rick Wakeman Performs By The Royal Philharmonic Orchestra” - 1978

Passado os festejos de Natal e Ano novo, é hora de voltar a escrever as minhas bobagens, portanto, mãos no teclado e para começar o ano, recebi uma indicação feita pelo “Sid”, que ontem me enviou um e-mail ,perguntando por um antigo álbum, ainda em vinil, lançado em 1978 pela gravadora “A&M” com a “The Royal Philharmonic Orchestra” executando as melhores peças de Rick Wakeman

Como, “missão dada é missão cumprida”, fiz uma rápida varredura na net e de cara encontrei, “The Best Known Works of Rick Wakeman Performs By The Royal Philharmonic Orchestra”, com capa, folders e tudo mais, completamente perdido nos zilhões de arquivos que rolam pela internet.

O melhor de tudo, é que, quem se deu ao trabalho de ripar o LP, fez um serviço de primeira, pois a gravação extraída do LP está muito boa, com pouquíssimos chiados, tão característicos dos vinis, bem como a parte gráfica que foi reproduzida, está muito legal também, portanto, um "muito obrigado" ao "Sid" por ter lembrado de peça tão rara e também ao "ilustre desconhecido" pelo serviço muito bem  feito de reprodução.

Confesso que não lembrava mais da existência desta preciosidade, que realmente traz na integra, ”Journey To The Centre Of The Earth”, boa parte de “The Myths & Legends of King Arthur & The Knights of the Round Table” e de quebra, temos ainda, “Catherine Howard” e “Anne Boleyn”  do álbum,  "The Six Wives Of Henry VIII" e para finalizar, “After The Ball” , extraída do álbum “White Rock”.

Escutando este álbum algumas vezes, ele me fez lembrar que na época de seu lançamento eu não dei muita importância a este trabalho, mas agora, mais de trinta anos passados e um pouco mais de juízo na cabeça, é que da para entender o valor e a expressividade que o trabalho de um jovem gênio, produzido no início da década de setenta, permanece tão vivo e atual depois de tanto tempo. 

Ta certo que na época do lançamento, Rick Wakeman estava na moda, assim como o Yes (bem, isto até hoje) e o rock progressivo como um todo, ainda tinha algum fôlego para chegar até a década (80) das trevas musicais que estava bem próxima e ainda iria fazer um estrago dos diabos no cenário musical internacional, que levaria mais de uma década para retomar o caminho do bem. 

Mas de qualquer forma, não é para qualquer um, ter sua obra orquestrada por tão afamada sinfônica, que a rigor, não deve ter tido muito trabalho em ajustar os arranjos, uma vez que, o autor da peça já havia feito as partituras para tal fim, restando apenas alguns ajustes para cobrir a falta da banda e dos teclados de Rick Wakeman, pois em alguns momentos nota-se claramente que a música da forma como está tocada,  soa como o acompanhamento da sinfônica nas versões originais, o que em nada tira o mérito do trabalho apresentado.  

Obviamente o álbum é dedicado e muito apropriado para as pessoas com gosto musical eclético, o que não era muito o meu caso no passado, mas agora, poder desfrutar de um álbum como este, é um prêmio, portanto, não resta alternativa, senão recomendá-lo muito, não só pelas peças musicais que estão sendo apresentadas, mas principalmente pela grande “Banda” que com sua competência, está proporcionando uma releitura destas músicas, criadas por uma "lenda viva" do rock progressivo, que está acima do bem e do mal.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Musicians:
The Royal Philharmonic Orchestra
Richard Hartley -  conductor



Tracks:
01. Orchestral suite from "The myths and legends of King Arthur and the Knights of the Round Table"
  a: Arthur (3:10)
  b: Lady of the Lake (1:21)
  c: Merlin the Magician (3:01)
  d: The Last Battle (3:33)
02. The six wives of Henry VIII
  a: Catherine Howard (4:53)
  b: Anne Boleyn (3:26)
03. Orchestral Suite from "Journey to the centre of the Earth"
  a: The Journey (5:28)
  b: Recollection (1:56)
  c: The Battle (2:42)
  d: The Forest (4:33)
04. After the Ball (3:18)

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"Orchestral Suite from Journey to the centre of the Earth"

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